

António Saraiva
Presidente da Confederação Empresarial de Portugal
Artigos publicados

A conferência organizada segunda-feira pela Porto Business School, em parceria com a CIP, foi uma excelente oportunidade para discutir numa perspetiva muito alargada o Futuro do Crescimento. Reuniu um leque diversificado de personalidades para, em conjunto, refletir sobre a interação entre pessoas, tecnologia e economia como determinante não só para o crescimento a que aspiramos, mas também noutros aspetos fundamentais, como o grande desafio de uma transformação do trabalho que não deixe ninguém para trás.

Inflação e repartição dos rendimentos: a verdade dos números
A evolução dos salários continua a fazer correr muita tinta num momento em que o aumento dos preços está a corroer o poder de compra dos trabalhadores.

Sinais contraditórios
Conhecemos, esta semana, os dados do INE sobre a evolução da economia no ano passado. Se nos dão conta do maior crescimento económico desde 1987 - 6,7% - mostram, também, que a convergência registada em 2022 não foi suficiente para compensar, no conjunto dos últimos três anos, a maior intensidade do impacto da pandemia na economia portuguesa: fechamos o ano com um PIB 2,7% acima do nível pré-crise, valor que compara com 2,9% na média da União Europeia.

Um sério aviso à execução do PRR
Há um ano, alertava neste espaço para o facto de a avaliação dos projetos do PRR ser vulnerável ao arrastar de prazos, podendo gerar atrasos significativos na execução dos investimentos.

Uma agenda pouco digna
A resiliência do mercado de trabalho foi um aspeto determinante para ultrapassarmos o impacto da covid-19. Contudo, temos hoje sinais de que a travagem da economia que estamos a sofrer desde o início da guerra na Ucrânia se está a refletir no emprego.

As consequências de uma má decisão política
A data quase passou desapercebida: completaram-se três anos desde que o Reino Unido saiu da União Europeia. Dirão que, com tudo o que aconteceu, entretanto, o Brexit foi apenas um pequeno percalço na vida das empresas.

Representatividade e coesão
As comemorações dos 30 anos do Conselho Económico e Social (CES) foram ocasião para reflexão sobre o seu passado - nomeadamente através da publicação de um livro que recolhe testemunhos de personalidades relevantes na vida desse órgão, expressão institucional da dimensão participativa da sociedade civil na nossa democracia.

De onde vem a redução do défice
No final do ano, o primeiro-ministro antecipou que o défice orçamental de 2022 iria ser de 1,4% ou 1,5% do PIB, abaixo dos 1,9% previstos no Orçamento do Estado. A este propósito, considerou que tal resultado seria bom, por dar margem ao governo para responder, se necessário, ao grau de incerteza que se iria viver em 2023.

"Cada um por si" não é a solução
Este ano, o Fórum de Davos teve como pano de fundo o impacto da guerra na Ucrânia: um impacto que, tornando o mundo mais fragmentado, exige, por isso, mais cooperação. Daí o tema escolhido ter sido "Cooperação num mundo fragmentado".

Recuperar atrasos
Como já tive oportunidade de afirmar, temos razões de sobra para olhar a execução do PRR em 2023 com a máxima atenção e exigência.

Apesar de tudo
Há exatamente um ano, afirmava, neste mesmo espaço, que a retoma do consumo e da procura externa nos permitiria encarar 2022 com algum otimismo, não fosse a escalada de custos de produção, além de graves problemas em abastecimentos indispensáveis à produção causados pela falta de matérias-primas e dificuldades nos transportes marítimos.

Vamos ganhar 2023?
O ano termina com o Governo sobre pressão máxima. Um facto inesperado tendo em conta a maioria absoluta que o sustém. Os portugueses olham naturalmente com perplexidade para o que está a acontecer; e os empresários juntam-lhe o receio muito concreto de que a ligeira melhoria das perspetivas económicas para 2023 face a estimativas recentes possa, infelizmente, ficar comprometida, levando com ela uma parte da atividade económica.

Um ano de incertezas e desafios
Entramos em 2023 com um misto de esperança e ansiedade.
Esperança que vem dos primeiros sinais, ainda tímidos, de que a inflação começa a ceder. Esperança que vem, também, das perspetivas mais recentes de que a economia poderá escapar ao pior cenário, que apontava para uma recessão.
Ansiedade, porque enormes incertezas ainda ensombram o nosso futuro coletivo. Ansiedade, também, porque depois de dois choques consecutivos, 2023 será um ano em que a capacidade de resistência das empresas continuará a ser posta duramente à prova.

Um mecanismo coxo
O Parlamento Europeu e o Conselho chegaram a um acordo político com vista a um Mecanismo de Ajustamento das Emissões de Carbono nas Fronteiras (CBAM, na sigla inglesa). Este mecanismo vai impor custos de emissões de CO2 (através da compra de "certificados de carbono") aos importadores de um conjunto de bens intensivos em carbono, com o objetivo de proteger os produtores europeus face aos seus concorrentes de países terceiros. Estarão abrangidos (numa primeira fase) o cimento, ferro e aço, alumínio, fertilizantes, eletricidade e hidrogénio.

30 anos depois, um projeto ainda em construção
O mercado único, um dos principais alicerces da construção europeia, celebra em breve o seu 30º aniversário.

Declaração de Estocolmo
Participei, em Estocolmo, no Conselho de Presidentes da BusinessEurope, que reuniu os líderes das confederações de empregadores de toda a Europa. O pano de fundo foi a convicção de que a Europa necessita urgentemente de uma estratégia global de competitividade. Como afirmei, sem empresas - sem empresas competitivas - não existe transição digital nem verde. Mas este simples facto parece ter vindo a ser esquecido.

Terá a Europa desistido de lutar contra a recessão?
Por inócuas que sejam, dada a suspensão das regras orçamentais em 2023, as apreciações da Comissão Europeia aos projetos orçamentais dos Estados-membros deixam-me apreensivo.
Espanta-me a similitude dessas apreciações. As conclusões finais são iguais, para cada um dos 10 Estados-membros que, de acordo com a Comissão, se afastam das suas recomendações. A exceção é Portugal - que "corre o risco de estar apenas parcialmente em conformidade" - enquanto os restantes nove "estão apenas parcialmente em conformidade".

Internacionalização e diversificação de mercados
Tenho insistido em três objetivos a cumprir para que as empresas portuguesas melhorem a sua capacidade competitiva: maior dimensão empresarial; mais inovação, contribuindo para a dupla transição digital e ecológica; reforço da internacionalização.

O Portugal dos Pequeninos e a penalização do sucesso
Ouvimos, esta semana, o ministro da Economia e do Mar afirmar na Assembleia da República que o país não vai superar o paradigma habitual de crescimento económico se não sair do "síndrome do Portugal dos Pequeninos", sem que mais pequenas empresas se tornem médias.
