

Filipe Charters de Azevedo
Artigos publicados


Foi você que roubou os seus filhos?
A Segurança Social é um plano de redistribuição de riqueza que faz todo o sentido que exista. Sem "mas" ou meio "mas". A partir de uma determinada idade é-nos difícil continuar a trabalhar, pelo que, coletivamente, decidimos que quando passamos à condição de reformados, devemos receber uma compensação pelo trabalho de uma vida. Faz sentido e é justo. A questão de fundo que fica é a seguinte: quem deve pagar essas compensações? E mais importante ainda: quem deve pagar as pensões quando já não há mais dinheiro?

Por um SNS europeu e universal
O SNS precisa de ser salvo. Os utentes não têm médicos de família, há consultas e cirurgia realizadas fora do tempo clínico recomendado. Os serviços de urgência estão fechados e as listas de espera aumentam. Portugal é dos países onde as famílias mais gastam em pagamentos diretos em saúde. Os profissionais são mal pagos - muito abaixo dos valores de mercado.

Eu li o Estatuto do SNS
Eu li o Estatuto do SNS. Fiquei assustado. O Estatuto do SNS agrava os problemas do sistema de saúde. Não há garantia de coordenação, não há autonomia e sobretudo: não há solução para o seu desgoverno.

"Vamos brincar à caridadezinha"
Os nossos ministérios deixaram de resolver desafios públicos e passaram a estar concentrados em ação social. O país capitulou, estamos a brincar à caridadezinha e celebramos com orgulho a nossa desgraça e a nossa virtude. Não se resolve nenhum problema, apenas se discute fundos e subsídios - não devia ser a altura de resolvermos os problemas?

A boa escola é aquela onde os alunos excedem o seu potencial
A boa escola é aquela onde os alunos excedem o seu potencial - os rankings publicados na maioria dos jornais comparam as médias conseguidas em cada uma das escolas; mas como sociedade, a melhor escola é aquela que contribuiu para a excelência, para que cada aluno exceda o seu potencial. Quando falamos de elevador social com a educação é disto que devíamos falar: Qual a escola que melhor contraria o determinismo social? Qual contraria a pobreza do seu concelho? Qual contraria a pouca educação dos pais? Quando olhamos para os dados desta forma, as conclusões sobre as escolas privadas ou públicas, sobre o papel da educação, as conclusões são bastante diferentes face ao que costuma ser discutido.

Não tenham medo de salvar o SNS
O SNS colapsou. Hoje, quem estiver de boa-fé, sabe que o SNS está mal desenhado, capturado por interesses e é ingovernável. Perante este descalabro, há duas visões: propor medidas incrementais ou uma reforma de fundo que aproxime o SNS de um modelo alemão, isto é, de um serviço universal de saúde que esteja lá para os cidadãos.

A pouca lógica da Batata
Os dados são da batata, mas podiam ser de qualquer hortícola: os agricultores estão a perder margem há (pelo menos) 10 anos. Parte deste calvário foi corrigida com aumentos de produtividade, mas a pressão faz-se sentir. E se a situação era difícil até 2019, com a covid e a guerra na Ucrânia a situação tornou-se insustentável. Já há manifestações relevantes (pelo menos na zona do Oeste).

Um governo não reformista
Este governo é não reformista e está desenhado apenas para gastar dinheiro. A mais recente prova é a orgânica do executivo. Mais do que ter muitos ou poucos ministros, a orgânica de um governo tem de permitir ajustar o país às suas necessidades. Tem de permitir a boa transformação do país, do tecido empresarial e do Estado Social.

A indignidade da discussão menstrual
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, no passado dia 8 de Março, uma recomendação que promove a distribuição gratuita de pensos higiénicos e copos menstruais reutilizáveis nas escolas públicas do município. Gostava de falar sobre o tema, apesar de não saber muito sobre o assunto. E esse é, talvez, o problema: quem propôs e aprovou a dita recomendação também pouco ou nada sabe sobre o tema. E, pior, não procurou saber. Quiseram criar um problema, para apresentarem uma solução e, de caminho, mostrarem virtude, criticando a economia de mercado e afirmando que vivemos no pior dos mundos.

Livros para "chonés"
Os livros para crianças são na verdade livros para chonés - são desenhados para as crianças serem chonés. Estes livros partem do princípio de que o mundo conspira para sermos felizes. Que os "maus" são facilmente identificados por um qualquer defeito físico, são inseguros e são 100% maus - não há nada que se aproveita. O bem triunfa sem luta!

O egoísmo está nos olhos de quem analisa
Há alguns temas que têm ocupado esta coluna de forma regular. Um deles é o da "virtude" como bandeira política. Trata-se de um processo genial para gerir o país, desenhar medidas fiscais e ocupar o espaço público. Não resolve nada, mas parece sempre bem. Afinal, quem não é virtuoso? Quem é que, de facto, não quer fazer o "Bem"? Se estas perguntas parecem ser um pouco tontas, pela sua ingenuidade ou malvadez implícita, a resposta é surpreendente: Os liberais, esses são "os" egoístas.

Agricultura inflacionada
A inflação chegou em força à agricultura. Os dados mais recentes do boletim mensal de agricultura e pescas do INE - Instituto Nacional de Estatística revelam uma situação insustentável: custos a crescer muito e a um ritmo mais acelerado do que os preços à saída do produtor.

SMN:"Não queremos mais pobres"
Quando alguém discute salários mínimos não está a discutir a pobreza ou sequer a desigualdade. Está a discutir apenas uma das muitas soluções para retirar as pessoas da miséria. O problema é que é uma má solução - há outras e bem mais eficientes.

50% do aeroporto de Lisboa não será da TAP
A TAP não pode estar sozinha no Aeroporto de Lisboa - tem de ter concorrência, diz a comissão europeia.

Olha... estamos falidos
De acordo com o governo, algures na década de 2050 não vai haver dinheiro para pensões.

O dia em que o contrato social morreu
A nossa Segurança Social baseia-se no conceito de que há um contrato social. Os empregados, tipicamente os mais novos, pagam reformas e pensões de todos os que não podem trabalhar ou precisam de ajuda. Os termos do contrato são claros: os trabalhadores pagam uma taxa bem definida que é dada diretamente a quem mais precisa.

Captura do Estado
Quer (mais) uma prova que o Estado está capturado por interesses? Desde o início da gerigonça até ao início da pandemia, o Estado não produziu muito mais do que se produzia até então. A despesa das administrações públicas de facto aumentou, mas aumento foi por efeito de preço. Estamos praticamente a consumir os mesmos serviços públicos, mas a pagar mais pelos mesmos.

Ministro e CEO
Os ministros governam. Os gestores públicos gerem. Há uma separação de poderes que garante o controlo efetivo da gestão pública. Em Portugal, porém, no setor dos transportes, a gestão é feita diretamente pelo ministro. Os custos dessa opção já se sentem -- e serão ainda maiores no futuro.
