A Pharol quer manter uma posição de referência Oi e anunciou que irá propor um aumento de capital para poder acorrer à recapitalização da operadora de telecomunicações brasileira. A empresa liderada por Palha da Silva quer emitir até 952 milhões de novas ações com um valor nominal unitário de três cêntimos, o que permitiria aumentar o capital da empresa em mais de 28,5 milhões de euros. A decisão será tomada numa assembleia geral a 7 de setembro.
Na reação imediata ao anúncio da sociedade que ficou com a posição da antiga Portugal Telecom na Oi, as ações da empresa ressentiram-se. Desceram 2,44% na passada sexta-feira. No mínimo da sessão chegaram a cair quase 7%.
Carla Maia Santos, da XTB, considerou que “esta notícia é mal recebida pelos investidores que encontram mais um motivo para sair da empresa”. Nota que “desde maio, altura em que cotava nos 0,28 euros, a Pharol apresenta uma tendência forte de queda”. E mostra-se preocupada com a possibilidade de as ações recuarem abaixo da fasquia dos 0,20 euros.
Apesar do valor nominal de três cêntimos, a Pharol indica que o preço de subscrição ficará entre 0,0735 euros e até 0,1576 euros, “a definir em função das condições de mercado prevalecente no momento da sua determinação”.
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Preservar posição na Oi
Paulo Rosa, trader da GoBulling, reconheceu, citado pela Reuters, que “a Pharol está a reagir mal à notícia de que quer realizar um aumento de capital”. No entanto, realçou que “o valor até é pequeno e o impacto não me parece que seja assim tão grande nesta empresa”.
Segundo o site da empresa brasileira, a Pharol detém 7,85% da operadora. Chegou a ter mais de 22%, mas a empresa portuguesa liderada por Luís Palha da Silva ficou fora do primeiro aumento de capital realizado pela brasileira, que previa a conversão de dívida em capital, que permitiu uma redução significativa do endividamento. Os credores que aceitaram as condições ficaram com 72% da Oi, o que diluiu a posição da Pharol.
Além dessa operação, a Oi quer agora fazer mais uma recapitalização com a entrada de dinheiro fresco. Pretende angariar quatro mil milhões de reais (cerca de 890 milhões de euros). Para manter uma posição de 7,85%, a Pharol teria de investir cerca de 70 milhões de euros. No final do ano passado, a empresa liderada por Palha da Silva tinha 25,2 milhões de euros em caixa e equivalente, segundo o relatório das contas anuais.
Entre os maiores acionistas da Pharol está o Novo Banco (9,56% do capital) e alguns hedge funds, como o Adar Macro Fund (com mais de 10%) e a High Bridge, que tem mais de 6%.