Um aumento de 50 euros no novo subsídio de operações está a travar um acordo entre os motoristas de matérias perigosas e a associação patronal, que considera a exigência "incomportável" para as empresas.
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) deixou cair a exigência de aumentos salariais para que possa ser alcançado um acordo com a ANTRAM-Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários e de Mercadorias.
Num comunicado divulgado este sábado, o sindicato refere que, "reconhecendo neste momento o esforço negocial do governo e a disponibilidade do nosso compromisso, a proposta (do sindicato) abria mão do desdobramento para 2021 e 2022, centrando-se num plano de ganhos inferior aos 900 euros de salário base pelos quais nos batemos".
Mas, em alternativa, o sindicato exige um valor mais elevado no subsídio de operações, que ficou fixado nos 125 euros no acordo assinado com a Fectrans e com o SIMM, em relação aos motoristas de mercadorias. O sindicato reclama um aumento de cerca de 50 euros nessa compensação, em termos mensais, o que corresponde a mais 40%.
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Este subsídio relativo ao risco para manuseamento de matérias perigosas foi introduzido no acordo coletivo assinado em maio deste ano para entrar em vigor em 2020.
"O aumento que o sindicato quer, além de incomportável, é discriminatório face aos colegas associados da Fectrans e do SIMM (Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias)", afirmou o porta-voz da ANTRAM, André Matias de Almeida.
A ANTRAM espera agora que no plenário do SNMMP, que se realiza amanhã em Aveiras de Cima, "haja uma sensibilização dos associados e que possam compreender que as empresas estão no seu limite".
O sindicato chegou a admitir a suspensão da greve, que começou na passada segunda-feira, mas acabou por manter a paralisação depois de a ANTRAM ter rejeitado ontem uma proposta que foi negociada ao longo de 10 horas com o governo.
Amanhã de manhã poderá haver uma reunião entre a ANTRAM e o SNMMP, mas ainda está por confirmar a sua realização. Mas será no plenário a realizar da tarde que os motoristas vão decidir os próximos passos.