BCE resiste aos pedidos e sobe fortemente os juros em 0,5 pontos percentuais

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para, respetivamente, 3,50%, 3,75% e 3%.

As taxas de juro centrais da zona euro vão continuar a subir com muita força, apesar dos problemas graves do setor bancário que emergiram na Europa (com o Credit Suisse a despenhar-se em bolsa) e com a falência de vários bancos nos Estados Unidos.

A taxa normal de refinanciamento para os bancos aumenta para 3,5%, o valor mais alto desde o tempo da falência do Lehman Brothers, em outubro de 2008, o banco que empurrou o mundo para uma crise financeira gigantesca.

A taxa de facilidade de depósitos, que é a mais usada na prática pelos bancos comerciais no acesso a fundos do BCE, subiu para 3%, também o valor mais alto em quase 15 anos.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, portanto, manter o seu rumo desejado de forte aperto monetário e, como era sua "intenção", anunciou a subida musculada das suas três taxas de juro de referência, em 0,5 pontos percentuais.

Isto apesar dos múltiplos apelos de economistas e ex-banqueiros centrais de que pode ser perigoso neste momento subir tanto os juros pois pode alimentar a turbulência no setor financeiro europeu, uma vez que torna o crédito mais caro.

BCE: bancos da zona euro estão fortes, mas se houver problemas, ajuda

O BCE desvalorizou em parte esses apelos e segue em frente no seu programa de subida de taxas de juro para combater a inflação muito alta.

Mas diz que está atento ao que se passa nos mercados e que se for preciso lançará linhas de ajuda aos bancos da zona euro.

O BCE refere que "está a acompanhar de perto as atuais tensões no mercado e está preparado para responder conforme necessário, no sentido de preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na área do euro".

Mas defende que "o setor bancário da área do euro é resiliente, apresentando posições de capital e liquidez fortes".

No entanto, como nada é garantido a 100%, "em todo o caso, o conjunto de instrumentos de política monetária do BCE permite inteiramente proporcionar, se necessário, apoio em termos de liquidez ao sistema financeiro da área do euro e preservar a transmissão regular da política monetária".

A instituição de Frankfurt também mantém a rota de encarecimento do crédito no dia a seguir ao colapso do Credit Suisse em bolsa já que nesta quinta-feira o banco que assustou os mercados começou a recuperar.

O banco central da Suíça (BNS ou Banco Nacional Suíço) anunciou que vai disponibilizar mais de 50 mil milhões de euros numa linha de emergência ao gigante financeiro suíço.

Assim, "o conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base [0,5 pontos percentuais]", diz uma nota oficial. Por conseguinte, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para, respetivamente, 3,5%, 3,75% e 3%, com efeitos a partir de 22 de março de 2023", anunciou o Banco Central Europeu (BCE), esta quinta-feira.

(em atualização)

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