“Acreditamos em comida de verdade.” Foi com este slogan que Joana Rodrigues lançou a BeatRoot, uma empresa que não só apresenta uma alternativa mais saudável para a alimentação como também é a imagem de quem procurou no seu trabalho implementar a própria filosofia de vida e assim dar novas perspetivas a potenciais consumidores.
Mas, afinal, o que significa “comida de verdade”? “São produtos feitos com ingredientes que não são processados. Por exemplo, utilizamos arroz integral em vez de uma farinha de arroz. Acreditamos que se utilizarmos os ingredientes na sua forma mais pura, vai ser muito mais benéfico para as pessoas”, explica a cofundadora da BeatRoot, que nasceu há cerca de um ano e está a crescer, com Joana Rodrigues, de 31 anos, a começar a pensar em expandir além-fronteiras.
Incubada no Loures Inova, no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa - fator importante para a empresa evoluir -, a BeatRoot surgiu devido ao desejo de Joana Rodrigues em trabalhar “mais ligada à sustentabilidade e contribuir para o bem do planeta”, criando comida mais saudável, neste caso em forma de hambúrgueres e faláfel.
Antes esteve na área de desenvolvimento de produtos numa grande superfície comercial, trabalho que muito gostou, mas, ao começar a ser vegetariana e ao estudar macrobiótica, acabou por decidir sair. Foi convidada para integrar um projeto ligado a comida mais natural. “Também gostei imenso, estive no início, construir a oferta, contactar com os fornecedores, isso era muito mais o que eu gostava de fazer. Mas ao fim de ano e meio percebi que queria mesmo criar uma coisa minha.”
“Comecei a investigar quais eram as tendências, o que os consumidores procuravam, e tudo se concentrava em comida conveniente, porque as pessoas trabalham muito. As pessoas querem comida que saiba bem e que faça bem. Ao mesmo tempo queria aliar todas estas características ao ser bom para o planeta. Cheguei um pouco a esta ideia dos hambúrgueres que reúnem três componentes que são essenciais numa alimentação de base vegetal”, explicou. Leguminosas, um cereal integral, vegetais, a filosofia macrobiótica teve a sua influência, ainda que a cofundadora tenha realçado que a sua marca não é macrobiótica, mas sim “uma marca vegetariana com uma base muito integral e natural”.
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E recordou como demorou muito tempo a criar a primeira receita. Foi então que se juntou a Marco Fonseca, chef de alimentação macrobiótica. No entanto, é a gerente que trabalha a tempo inteiro na empresa e o crescimento vai levá-la a contratar a sua primeira colaboradora em janeiro. A BeatRoot vende maioritariamente para mercearias e supermercados biológicos e restauração, estando presente em Lisboa, Aveiro, Fátima e no Algarve. “As vendas estão a crescer bastante de mês para mês. Demos um grande salto no verão e tem-se mantido.”
Joana Rodrigues referiu ainda que, a nível de marketing, quer utilizar a marca “de forma positiva e inspirar as pessoas. Não queremos ter a abordagem negativa de não comerem carne. Queremos que experimentem outras coisas. A marca não é exclusiva para vegetarianos, nem vegans, é mais para mostrar que existe uma opção boa e que pode ser incluída no dia-a-dia das pessoas”. E para ajudar, a marca tem também a vertente de educação, realizando workshops.