Portugal ainda tem de encontrar soluções duradouras para os seus problemas, como o elevado endividamento e dependência do Banco Central Europeu para manter baixos os custos de financiamento do país, diz o economista Ralph Solveen, do Commerzbank.
Numa nota enviada aos investidores esta quinta-feira, este economista salienta que Portugal tem factores a seu favor “mas grandes riscos persistem”.
“Mesmo se parece que a navegação de Portugal será calma durante algum tempo no futuro, seria um erro fingir que o país encontrou uma solução duradoura para os seus problemas”, diz o economista.
Frisa que o endividamento do setor público e do setor privado continua elevado e que apenas taxas de juro baixas suportadas pelo Banco Central Europeu tornam o correspondente custo suportável. “Taxas de juro mais elevadas não estão no horizonte durante algum tempo mas quando as taxas voltarem a subir, Portugal deverá estar entre os países da zona euro que serão mais afectados”, avisa.
A Standard & Poor’s subiu o rating da República para grau de investimento na passada sexta-feira e o economista do Commerznank espera que outras agências de rating (Fitch e Moody’s) venham a fazer o mesmo.
As taxas de juro da dívida soberana portuguesa têm encontrado suporte no programa de compra de ativos do Banco Central Europeu que, no entanto, deverá começar a ser reduzido no futuro.