Os níveis historicamente baixos dos preços do petróleo poderão atirar cerca de um terço das produtoras da matéria-prima para a falência, conclui um relatório publicado esta terça-feira pela Deloitte.
O estudo da consultora, citado pela Reuters, analisa mais de 500 empresas cotadas do setor petrolífero e de gás natural. Os preços do petróleo, que estão aos níveis mais baixos em cerca de 12 anos, estão a reduzir as margens das empresas e a forçar cortes de custos e despedimentos coletivos, aponta o relatório.
Os preços do petróleo têm registado quedas consecutivas, pressionados pelo excesso de oferta e pela recusa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em cortar a produção. Este ano, o petróleo chegou a negociar, durante uma semana, abaixo dos 30 dólares. Face a 2014, quando os preços atingiam o pico, a matéria-prima acumula uma desvalorização de cerca de 70%.
Perante este cenário, há 175 empresas, entre as 500 analisadas, que enfrentam "alto risco de falência". Juntas, estas 175 petrolíferas têm uma dívida superior a 150 mil milhões de dólares (perto de 134 mil milhões de euros) e, com a desvalorização cada vez mais acentuada das suas ações, a capacidade para gerar fluxo de caixa é diminuta.
E se a grande maioria das empresas consegue produzir crude com um custo inferior a 15 dólares por barril, isso poderá não ser suficiente para outras, aponta a Deloitte. Assim, veem-se obrigadas a cortar os orçamentos previstos ou mesmo a liquidar fundos de cobertura para receberem injeções de liquidez imediatas.