A diretora geral de Saúde, Graça Freitas, assegurou hoje que os critérios para a utilização de ventiladores em doentes com Covid-19 será sempre a gravidade da doença e nunca a idade.
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"Que fique claro que nenhuma pessoa com Covid menos grave passará à frente de uma pessoa com maior gravidade. Não está a ser feita essa discriminação, nem seria ético nem deontológico que fosse feito", afirmou Graça Freitas.
A diretora geral de Saúde, que participou esta tarde numa conferência de imprensa com a ministra da Saúde, respondia desta forma quando questionada sobre mensagens que circularam nas redes sociais de que, em caso de escassez de ventiladores, os médicos optariam por utilizá-lo nos pacientes mais novos.
Ainda a propósito dos ventiladores, a ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou que está a ser feito um levantamento do número de ventiladores existentes nos hospitais públicos e privados e explicou que, com o adiamento de algumas cirurgias, existem equipamentos que ficarão livres.
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"Nós sabemos que estamos na curva descendente, mas não sabemos quanto tempo é que esse movimento vai durar. Sabemos é que esse comportamento da curva depende da adesão de cada um de nós aos comportamentos adequados", afirmou também esta tarde a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmando que o pico da pandemia do Covid-19 está dependente da resposta dos cidadãos e apelando à adoção de comportamentos responsáveis, que permitam combater a transmissão da doença.
Na conferência de imprensa conjunta com a Diretora-Geral de Saúde e com o presidente do Infarmed, Rui Ivo, a ministra admitiu que "as próximas semanas vão ser duras" e apelou por várias vezes à adoção de comportamentos responsáveis. "A velocidade com que a curva sobe depende muito de nós. Poderá subir mais lentamente se nos comportarmos adequadamente. E isso é importante porque permite ao sistema de saúde reagir com mais tranquilidade àquilo que é a necessidade de cuidados", argumentou.
No mesmo sentido, Graça Feitas lembrou que "os idosos são a população mais vulnerável" e pediu aos jovens que sejam mais compreensíveis com a situação, que "exige sacrifícios de todos". "Não estamos a impor isolamento obrigatório, mas há um mínimo de consideração. Se um jovem adoecer poderá não morrer, mas poderá causar a morte ao seu avô, à sua avó, ao seu tio-avô ou tia-avó, alertou.
Por outro lado, a ministra da Saúde pediu ainda a todos os profissionais de saúde para que preencham todos os dados que façam parte do Sistema Nacional de Apoio à Vigilância Epidemiológica (SINAVE), um sistema de vigilância em saúde pública que identifica situações de risco, recolhe, atualiza, analisa e divulga os dados relativos a doenças transmissíveis e outros riscos em saúde pública, bem como prepara planos de contingência face a situações de emergência ou tão graves como de calamidade pública.
"Essa é uma arma importante para combater a doença porque permite estudá-la melhor, conhecê-la melhor e antecipar mais corretamente aquilo que nos espera", explicou.
O coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo. O número de infetados ultrapassou as 151 mil pessoas, com casos registados em mais de 137 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.