A Selectra Portugal, entidade que compara tarifas dos serviços de energia e de telecomunicações, não tem dúvidas que a fatura de eletricidade das famílias portuguesas vai "aumentar consideravelmente" devido ao estado de emergência para combater a crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus. E estima mesmo que esse aumento possa chegar aos 32,46 euros mensais numa família de quatro pessoas. No caso de um agregado com dois adultos, o aumento será, em média, de 25,56 euros.
"Passar a trabalhar a partir de casa e começar a realizar todas as refeições dentro das mesmas quatro paredes são alguns dos hábitos que mais impacto têm na fatura da eletricidade", destaca a Selectra Portugal, em comunicado. No estudo realizado, a empresa assumiu, em ambos os cenários, que todos os membros da família estão confinados em casa.
Pressuponho que, antes da pandemia e respetiva quarentena, a família de quatro pessoas tinha um consumo médio anual de 5000 kWh, com uma potência contratada de 6,9 kVA, a sua fatura de eletricidade habitual rondaria os 73 euros mensais. Já no caso de um casal, com potência contratada de 3,45 kVA, e um consumo anual da ordem dos 2500 kWh, a conta mensal rondaria os 37 euros.
Na nova realidade, com todos os elementos em casa, estes agregados familiares passarão a pagar, respetivamente, 105,46 euros e 62,56 euros de luz por cada mês em que estiverem todos em isolamento social. O que corresponde a um aumento de 44,46% para uma família de quatro pessoas; para o casal o agravamento é, ainda, mais significativo: 69,08%.
Uma diferença que a Selectra Portugal justifica com o facto de, "na família de quatro pessoas, duas delas serem crianças e o seu consumo não será tão distinto como os dois adultos que estão a trabalhar desde casa em ambas as situações. A televisão, por exemplo, sendo considerada um momento em família, tem o mesmo consumo em ambos os casos". "Acaba por ser uma percentagem maior para as famílias mais pequenas, que estão já habituadas a consumir menos e a quem este aumento traz mais impacto", sustenta a empresa.
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Mais, "a este montante, devemos somar ainda as despesas decorrentes do uso das máquinas de lavar roupa e loiça e da iluminação de casa".
A Selectra recorda que o "Governo e as companhias de energia têm um papel fundamental para a poupança neste momento difícil". As que já foram tomadas, designadamente o alargamento dos prazos de pagamento das faturas e de pré-aviso de corte de eletricidade, "não são suficientes", frisa.