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O nível de emprego na economia americana tem vindo a crescer, com a criação de 638 mil novos postos de trabalho em outubro, mas, mesmo assim, está longe dos níveis anteriores à pandemia. Na verdade, o número de empregos nos EUA está ainda 10,1 milhões abaxi do período pré-covid e "dificilmente" serão recuperados no curto prazo. "A manutenção deste nível de desemprego no tempo causará o disparar do desemprego de longo prazo, incrementando a dificuldade destas pessoas para voltar ao mercado de trabalho uma vez que os empregadores ainda preferem contratar indivíduos já empregados por sentirem que os seus conhecimentos, ritmo e hábitos de trabalho poderão ser mais eficientes", destaca a Sixty Degrees, na sua nota mensal.
Assim, no mês de outubro, o setor privado criou, nos EUA, 906 mil postos de trabalho, ligeiramente acima dos 892 mil do mês anterior, com especial destaque para o setor dos serviços (783 mil), designadamente nas áreas do lazer e hospitalidade, no retalho e nos prestadores de serviços temporários. Também a construção e a indústria "dão bons sinais de recuperação", criando 120 mil novos lugares. Já o setor público perdeu 268 mil empregos, fazendo com que o saldo final seja de 638 mil novos postos de trabalho no país.
Quanto às expectativas, para novembro, o relatório da Sixty Degrees aponta para uma redução na criação de postos de trabalho, no setor privado, em resultado da intensificação da pandemia de covid-19 e os seus efeitos sobre o setor dos serviços. "O corte nas interações pessoais, resultante da rápida deterioração no número de infeções e hospitalizações, continua a prejudicar severamente as atividades relacionadas com o lazer e a hospitalidade, algo que não deverá melhorar no curto prazo", pode ler-se no documento.
Recorde-se que o nível esperado de infeções por covid-19 no final de novembro, de aproximadamente 200 mil, é praticamente o dobro do registado no final dos primeiros oito meses de contágio, explica a sociedade gestora de fundos de investimento mobiliário, dando conta que as indústrias hoteleira, de viagens e da restauração "apresentam já fortes sinais de desaceleração", uma situação que deverá agravar-se à medida que forem implementadas novas restrições à atividade por parte dos governos estaduais e locais.
"Caso a tendência recente de quebra no indicador Homebase Small Business Employment se mantenha intacta, é razoável esperar uma redução, em novembro, no número de empregos à volta dos 500 mil. Neste sentido, é de esperar que haja um entendimento entre democratas e republicanos, até ao final de 2020, e que seja aprovado um novo pacote de estímulos que não deverá, no entanto, atingir os 2,4 mil milhões de dólares desejados e deixará a porta aberta para novas iniciativas em 2021", sublinha a Sixty Degrees.
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