O ex-governante do PSD, José Luís Arnaut, faz rasgados elogios a Pedro Nuno Santos, o atual ministro das Infraestruturas, por ter conseguido avançar no processo que, em princípio, levará à construção do futuro aeroporto do Montijo, integrado no esquema Portela +1.
Em entrevista conjunta ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que será divulgada na íntegra na segunda-feira, 18 de novembro, o atual chairman (presidente não executivo) da ANA – Aeroportos de Portugal, responsabiliza o antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, pelo atraso no aeroporto do Montijo, que a ANA tanto deseja.
Arnaut, advogado de profissão, ministro-adjunto do antigo primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, e depois ministro das Cidades e da Administração Local do governo seguinte, de Pedro Santana Lopes, diz agora que Pedro Nuno Santos foi um elemento-chave para desbloquear o impasse em que se encontrava o projeto aeroportuário do Montijo.
Em todo o caso, o projeto Montijo continua de certa forma bloqueado por questões de ordem ambiental. Não há ainda uma decisão definitiva.
Segundo avança o Negócios online, Arnaut diz que “o ministro Pedro Marques andou a empatar sem tomar uma decisão”, mas “em três meses, com o ministro Pedro Nuno Santos, recuperámos três anos perdidos”, afirmou o chairman dos aeroportos nacionais, na Conversa Capital (o referido espaço de entrevista).
Segundo o mesmo artigo, Arnaut debita que “quando se é ministro há duas palavras que tem de se saber dizer. Uma é não, a outra é sim. E ele sabe dizer não quando é não e sabe dizer sim quando é sim. E quando é sim, é sim”, referindo-se a Pedro Nuno Santos.
“A ANA está a agora a estudar as medidas de mitigação dos impactos ambientais propostos pela Agência Portuguesa do Ambiente para a construção do aeroporto”, mas Arnaut diz acreditar que “o Montijo vai mesmo acontecer”, escreve o Negócios.
Pedro Nuno Santos, que pertence ao círculo próximo do atual primeiro-ministro, António Costa, recebe elogios de Arnaut, um alto quadro ligado ao PSD. Mas recorde-se que Nuno Santos foi o responsável, e criticado pelo PSD e o resto da direita, por coordenar os trabalhos da geringonça, que permitiu ao PS governar com o apoio da CDU e do BE entre 2016 e 2019; situa-se na ala mais à esquerda do PS.