As taxas aeroportuárias vão aumentar nos aeroportos do grupo de Lisboa, que além da capital inclui a Madeira, Açores e Beja, decorrente de um crescimento do tráfego acima do previsto, informou esta quinta-feira a ANA - Aeroportos de Portugal.
"O processo de Lisboa foi retomado, tendo por base as indicações da ANAC
e a consulta está concluída, sendo que a ANA publica a sua decisão no dia 3 de janeiro , com o objetivo de as taxas no aeroporto de Lisboa poderem ser atualizadas a 5 de março de 2019", disse ao Dinheiro Vivo (DV) fonte oficial da concessionária.
Segundo a empresa liderada por José Luís Arnaut, que desde o início de 2013 está nas mãos do grupo francês Vinci, as taxas vão subir 1,44% (16 cêntimos) em Lisboa, 1,38% nos Açores (10 cêntimos) e 0,01% na Madeira (um cêntimo); o ajustamento tarifário não irá produzir alterações no Terminal Civil de Beja.
"As evoluções absolutas propostas não constituem qualquer variação tarifária excessiva, situando-se abaixo da taxa de inflação (1,8%) e, igualmente importante, não comprometem a atividade dos aeroportos do grupo de Lisboa nem a respetiva competitividade tarifária", lê-se na deliberação, publicada hoje no website da gestora.
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Na próxima sexta-feira, no dia 11, as taxas da ANA sobem 1,4% (11 cêntimos) no Porto e 1,49% (12 cêntimos) em Faro.
Paulo Geisler, presidente da associação das companhias aéreas em Portugal (RENA), alerta para a perda de competitividade do país, motivada pelos encargos relacionados com a subida das taxas. "Os aumentos não são desejáveis porque encarecem a operação", numa altura em que "Portugal está a fazer um esforço para atrair mais passageiros para o país, num segmento muito disputado e em que compete com destinos onde os custos de operação são muito inferiores", afirmou em declarações ao DV.
A associação recomenda mesmo à ANA "seguir as boas práticas" da Organização da Aviação Civil Internacional. "As taxas devem ser determinadas de forma objetiva, transparente e não discriminatória, com o intuito de cobrir os custos inerentes à manutenção dos aeroportos e com um plano de investimentos direcionado para a parte operacional - e não apenas para o lado comercial - discutido com os operadores", defendeu.
E, deixa o recado: o aumento das taxas podem levar a que algumas companhias venham a abandonar Portugal. "É um risco efetivo e muito presente", admite Paulo Geisler, tendo em conta a proximidade dos aeroportos espanhóis, Galiza e Sul de Espanha, onde os custos são "mais leves".
*Última atualização às 20:19