Poder de compra das famílias portuguesas cai em 2021 para 75,1% da média europeia

O indicador que mais bem reflete o bem-estar das famílias - despesa de consumo individual per capita - também desceu e fixou-se em 83,6% da média da União Europeia.

As famílias estão a perder poder de compra, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Os últimos dados indicam que o poder de compra diminuiu 1,1 pontos percentuais em 2021, comparativamente com o ano de 2020 (76,2%), fixando-se em 75,1% da média europeia.

"Em 2021, o Produto Interno Bruto [PIB] per capita, expresso em Paridades de Poder de Compra, situou-se em 75,1% da média da União Europeia em 2021, valor inferior em 1,1 pontos percentuais ao registado em 2020 (76,2%)", lê-se.

Portugal é o 16.º país da zona euro, num total de 19 Estados, no ranking do poder de compra. No conjunto dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), Portugal ocupa a 20.ª posição do ranking.

O poder de compra dos portugueses é superior ao verificado em países como Roménia, Hungria ou Croácia, mas inferior ao das famílias polacas, espanholas, lituanas ou eslovenas, de acordo com os dados do INE.

Apesar do recuo, as maiores quedas observadas registaram-se na Alemanha (menos 3 pontos percentuais), Eslováquia (menos 2,4 pontos percentuais) e Áustria (menos 2,2 pontos percentuais). A liderar a tabela do poder de compra encontra-se o Luxemburgo, seguido da Irlanda e Noruega.

O gabinete de estatística nacional indica também que, em Portugal, em termos nominais, o PIB per capita cresceu 7,1% em 2021, face a um aumento nominal do PIB (7%), "uma vez que a população em 2021 foi marginalmente inferior ao ano anterior".

Relativamente à despesa de consumo individual per capita, que "constitui um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias", o indicador fixou-se em 83,6% da média da UE. Em 2020, este indicador tinha sido de 83,9% em Portugal. O país surge na 14.ª posição na zona euro e a 19.ª na UE.

A análise contempla 36 países e não apenas os 27 da UE. Segundo o INE, há uma "elevada dispersão" no poder de compra entre os diferentes países.

O INE assinala, no entanto, que o Eurostat desaconselha este tipo de rankings, considerando margens de erros estatísticos associadas a "um certo nível de incerteza" promovido por "fontes e procedimentos utilizados no cálculo" do poder de compra de cada país.

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