Riqueza das famílias aumentou quase 20% entre 2017 e 2020

A desigualdade na distribuição da riqueza no país reduziu-se. Ainda assim, mais de 51% está nas mãos de 10% das famílias.

A riqueza líquida média por família aumentou 19,9%, para 200,4 mil euros, entre 2017 e 2020. O incremento dos preços no mercado imobiliário e dos depósitos contribuíram para este crescimento, revela o Inquérito à Situação Financeira das Famílias de 2020 promovido pelo Banco de Portugal (BdP) e Instituto Nacional de Estatística, e divulgado esta quarta-feira.

Em simultâneo, reduziu-se a desigualdade na distribuição da riqueza diminuiu no período em análise. Segundo o inquérito, as famílias pertencentes ao conjunto das 10% com maior riqueza líquida detinham 51,2% do total da riqueza em 2020, contra 53,9% em 2017.

O valor médio da dívida dos agregados portugueses manteve-se em cerca de 25,1 mil euros, considerando as famílias com e sem passivo.

O ativo mais importante da riqueza das famílias portuguesas é a residência principal, com exceção da classe mais elevada. Neste caso, os ativos reais são mais diversificados e a residência principal, os outros imóveis e os negócios por conta própria representam individualmente cerca de um terço do património, avança o documento.

A percentagem de proprietários da habitação principal é superior a 90% nas quatro classes de maior riqueza líquida, de um total de seis. O valor mediano da casa é de cerca de 120 mil euros.

O inquérito conclui também que os portugueses têm "uma clara preferência" por ser proprietárias da sua casa - 70% das famílias vive em residência própria e só 2% preferiam ter arrendado. Das que arrendaram casa, 63,5% preferiam ter comprado e não o fizeram por falta de condições financeiras.

A dívida mais comum das famílias respeita às hipotecas da residência principal (30,5% dos agregados). Em todas as classes de riqueza, com exceção da mais baixa, a percentagem de famílias com empréstimos garantidos pela residência é superior a 30%.

O BdP alerta que o inquérito realizou-se entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, em plena crise pandémica, "o que levou a alterações metodológicas que podem ter implicações nos resultados, os quais devem ser lidos com as devidas reservas".

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