Pouco mais de três anos após aterrar no Porto, a Natixis, empresa do universo do Groupe Banque Populaire & Caisse d’Epargne (segundo maior grupo bancário francês), conquistou uma nova área de negócio para desenvolver nos escritórios da Invicta. A somar aos serviços tecnológicos que presta para a casa-mãe, o centro portuense vai passar a trabalhar nas áreas das finanças e das atividades bancárias. Nathalie Risacher, diretora da Natixis em Portugal, precisa agora de 130 colaboradores para arrancar com a nova atividade.
Como adiantou, a Natixis já iniciou o processo de recrutamento para funções que carecem de competências em Direito, Gestão, Economia e Finanças. O centro tecnológico da empresa quer afirmar-se também como espaço de inovação. E, para Nathalie Risacher, tem todas as condições para o sucesso: “Agilidade e flexibilidade que encontramos numa startup e investimento, que uma pequena empresa tem dificuldade em obter.” Como realça, “o objetivo é construir um ecossistema que ajude na transformação da banca”, num momento em que este setor está a enfrentar algumas dificuldades nesta era digital. “Queremos que seja o Porto a implementar essas soluções”, afirma a responsável.
Mais que dinheiro
Um dos pisos dos escritórios está já a ser alvo de remodelação para poder acolher a nova força laboral, que se vai juntar aos mais de 800 colaboradores que a Natixis emprega na cidade. As soluções desenvolvidas em Portugal são para fornecer todos os escritórios da empresa, que marca presença em 38 países, um pouco por todo o mundo. Os novos colaboradores vão trabalhar em equipas de gestão de recursos humanos, compliance (verificação do cumprimento das leis nacionais e internacionais), know your customer (em português, conhecer o cliente), gestão de risco, backoffice, entre outras.
Nathalie Risacher rejeita perentoriamente que a aposta no Porto se prenda com baixos custos. “Queremos criar um hub de inovação, dar soluções com valor ao banco e, para isso, precisamos de talentos. Se fosse só pelos custos, iríamos para outro país”, frisa. Na Natixis, e apesar da dinâmica de recrutamento na área tecnológica que se sente no país, a rotação de colaboradores ronda os 11% a 12%, “baixa para este setor”. Segundo a responsável, “os colaboradores sentem que trabalham para projetos estratégicos, que têm tarefas relevantes e sabem que têm a oportunidade de trabalhar noutros países onde a Natixis está e isso permite fidelizar as pessoas”.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Recentemente, a Natixis apostou na criação de pequenas hortas nos terraços da empresa. Os colaboradores foram chamados a pôr as mãos na terra e a aprender conceitos de agricultura sustentável. Em simultâneo, acederam a pequenos cursos sobre alimentação saudável ou como preparar o corpo para o inverno. As hortas ainda não estão em plena produção, mas já permitiram três colheitas, que foram doadas a duas instituições da cidade. Paris gostou da iniciativa e já pensa replicar o projeto noutros escritórios.