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As universidades, institutos de investigação e empresas portuguesas bateram, no ano passado, um recorde absoluto junto do Instituto Europeu de Patentes (IEP). O organismo recebeu 286 pedidos de patentes com origem em Portugal, um aumento de 13,9% face a 2020. "É o volume anual mais elevado até à data" e "o crescimento mais forte na Europa" entre os países com mais de 200 pedidos, representando "mais de cinco vezes a taxa média" da União Europeia, que se fixou nos 2,7%, avança o IEP. Esta performance é também um virar de página na atividade da inovação nacional, após a quebra de 7,7% nos requerimentos de proteção no mercado europeu registada no primeiro exercício marcado pela crise pandémica. A tecnologia informática foi a área de maior aposta do empreendedorismo português.
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A tecnologia informática entregou 32 solicitações de patentes ao IEP em 2021, mais do que triplicando a sua ação empreendedora face ao ano precedente. A biotecnologia destacou-se na segunda posição, com 31 pedidos, apresentando um crescimento de 82,4%. Já a tecnologia médica, que liderava o ranking de inovação, caiu para terceiro lugar, tendo pedido 29 registos de patentes, uma quebra de 3,3%. O setor dos transportes, onde se inclui a indústria automóvel, subiu do décimo lugar para a quarta posição, duplicando os pedidos, com a apresentação de 15 inovações. A fechar o top cinco está a área dos jogos, que confiou também 15 patentes ao IEP, um crescimento de 114,3%, segundo o Índex de 2021.
O grande dínamo inovador em Portugal está concentrado nas universidades e institutos de investigação. Os pedidos de patentes apresentados pelas universidades do Minho, do Porto e de Aveiro, pelo Politécnico de Leiria e pelo Raiz-Instituto de Investigação da Floresta e do Papel representaram 45% do total de submissões entre as 10 maiores requerentes portuguesas. Mas a liderar esta lista está a empresa Feedzai, uma tecnológica especializada em inteligência artificial, que submeteu 17 requerimentos de patentes.
Em 2021, o Norte voltou a dominar o ranking regional da inovação em Portugal, com 114 pedidos, mas com a quota a cair para 40% no ano passado face aos 56,2% de 2020. Em contrapartida, o Centro incrementou a sua dinâmica, tendo entregado 91 requerimentos e passado a responder por um peso de 31,9% no total dos pedidos nacionais. Lisboa respondeu por 56 pedidos e subiu a quota para 19,6%.
Para António Campinos, presidente do IEP, "a elevada procura de patentes no ano passado demonstra que a inovação se tem mantido robusta" e é uma prova da "criatividade e resiliência dos inovadores". Em comunicado, o responsável frisou que "a apresentação de um maior número de pedidos de patentes e o forte crescimento das tecnologias digitais constitui uma prova inequívoca da transformação digital que está a ocorrer em todos os setores e indústrias".
No total, o IEP recebeu 188 600 pedidos de patentes no ano passado, um aumento de 4,5% face a 2020, ano em que se verificou um decréscimo de 0,7%. A comunicação digital e a tecnologia informática foram as áreas mais ativas, mas também os setores de produtos farmacêuticos e biotecnológicos registaram fortes crescimentos, alavancados nos níveis de inovação em vacinas e em cuidados de saúde. A China liderou o número de pedidos, seguindo-se os EUA. Já a Europa continuou a perder peso no universo de requerimentos que chegaram ao IEP, caindo de 50% do total, em 2013, para 44%, em 2021, um resultado que se prende com o crescimento de pedidos de proteção da Ásia no mercado europeu. O ranking não deixa margem para dúvidas. Em primeiro lugar está a chinesa Huawei com 3544 pedidos, seguida das empresas sul-coreanas Samsung (3439) e LG (2422).
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