Os números são claros. Os investidores que aplicaram as suas poupanças num PPR a pensar complementar a sua pensão futura perderam em média 790 euros por ano por cada dez mil euros aplicados. A conclusão é da Deco Proteste, que lança esta quarta-feira um simulador para ajudar o consumidor a escolher o Plano de Poupança-Reforma que melhor se adequa às suas necessidades.
Há quase 700 PPR onde os portugueses têm o seu dinheiro aplicado. Em dezembro de 2018, havia mais de 19 milhões de euros investidos. Uma fatia de 86% deste valor diz respeito aos produtos sob a forma de seguro e o restante aos fundos. Os dados sobre seguros PPR relativos ao ano passado ainda não foram divulgados, mas em 2017 estes produtos ganharam, em média, 1,6%; já os produtos sob a forma de fundo perderam, em média, 5,3% em 2018. Aliás, o fundo menos rentável, Bakinter 75 PPR, perdeu 12,6%. De acordo com os dados disponibilizados, nos últimos cinco anos, a rendibilidade destes fundos não chegou aos 1%.
Ganhos residuais ou até perdas podem levar os consumidores a ponderar mudar de plano. Segundo a associação de defesa do consumidor, em 99% dos casos compensa mudar de produto. “Ter um PPR é uma ótima garantia para o futuro, mas quanto está a ganhar o seu PPR? Na Deco analisamos e comparamos, frequentemente, centenas de PPR e queremos mostrar que, por vezes, é necessário mudar de plano para obter maior rendimento”, salienta António Ribeiro, especialista da associação.
O simulador “Ganhe Mais no PPR” (disponível em www.ganhemaisnoppr.pt), disponível a partir de hoje, permite comparar diferentes planos de reforma e ajudar o consumidor a escolher o investimento que lhe pode render mais. Esta ferramenta inclui ainda um sistema de alertas para que os consumidores possam receber informações sobre as atualizações dos Seguros PPR.
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Do bolo total do investimento em PPR, quase 17 mil milhões de euros (86%) estão aplicados nos produtos sob a forma de seguro. Só no ano passado, foram investidos 3,5 mil milhões de euros, mais 55% do que no ano anterior. Estes produtos são os favoritos dos portugueses uma vez que garantem o capital e, na maior parte dos casos, um rendimento mínimo. Mas, de acordo com a Deco, muitos investidores que detêm este tipo de PPR não obteriam rendimentos muito diferentes com depósitos a prazo.