Será ainda preciso esperar por setembro para confirmar os valores da taxa de inflação que servem de referência à atualização anual das rendas, mas a informação preliminar, divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, dá já uma ideia de quanto é que as rendas poderão aumentar em 2019, colocando a fasquia em 1,15%.
A inflação média nos últimos 12 meses apurada em agosto, sem habitação, é o valor que serve de referência a esta atualização das rendas, que abrange todos os contratos habitacionais posteriores a 1990 e os não habitacionais realizados após 1995.
Novos valores
Em termos práticos, isto significa que uma pessoa que pague agora uma renda de 275 euros deve preparar-se para pagar mais três euros quando chegar a data da renovação anual do contrato. No casos das rendas antigas, a atualização é devida em janeiro
Já uma renda de 500 euros avançará para os 505,75 euros e quem paga agora 850 deve contar com uma subida de quase 10 euros.
A confirmarem-se os valores agora avançados (os dados definitivos saem a 12 de setembro), o aumento de rendas ditado pela inflação será ligeiramente superior ao registado este ano, que foi de 1,12%.
O atual panorama do mercado de arrendamento, em que muitos inquilinos têm contratos de arrendamento a um ano, permite ao dono da casa contornar o aumento ditado pela inflação. É que, respeitando os prazos previstos na lei, é possível ao senhorio opor-se à renovação do contrato e confrontar o inquilino com um novo e com uma renda mais elevada.
Para os senhorios que atualizam as rendas em linha com o índice de preços, a trajetória tem oscilado entre subidas e congelamentos ao longo desta última década. Em 2014, a inflação ditou um aumento de 0,99% mas o ano seguinte foi de congelamento, já que a inflação medida em agosto de 2014 foi negativa.
Depois de apurada a inflação, cabe ao INE calcular o coeficiente de atualização das rendas que é posteriormente publicado em Diário da República.