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Com vários países europeus a decretar confinamentos gerais da população, encerrando lojas e serviços não essenciais como forma de conter a propagação da pandemia de covid-19, as indústrias mais viradas para a moda, como o vestuário e o calçado, voltam a ressentir-se duramente. E os cancelamentos de encomendas regressaram em força. César Araújo, presidente da ANIVEC, a associação do vestuário e confeção, pede "apoios urgentes" aos setores exportadores.
"O Governo tem de olhar para o mercado doméstico, mas sem esquecer as indústrias exportadoras. As empresas estão descapitalizadas, porque está, há meses, a pagar salários sem produção, e é preciso mantê-las em ponto morto", diz. O problema é que, com o retalho fechado e os europeus em teletrabalho, o consumo cai e põe em causa as exportações. César Araújo defende o alargamento do lay-off simplificado às empresas industriais, ou, pelo menos, que o Governo isente as que estão ao abrigo do mecanismo de apoio à retoma progressiva do pagamento da componente da Segurança Social. Os apoios devem ser concedidos de imediato, logo que ocorre a quebra de produção, e não apenas no mês seguinte, argumenta ainda.
A ANIVEC pede, ainda, apoios à formação profissional, como forma de "manter as fábricas em ponto morto, ao mesmo tempo que se qualificam as pessoas". E considera que é tempo do Governo "pensar em mecanismos de capitalização para as empresas".
"Apreensiva" está, também, a indústria do calçado. "Para um setor exportador como o nosso, é muito relevante o que acontece nos outros países. E aí, também, há muitos sinais de preocupação", diz o diretor de comunicação da APICCAPS. Sobre as medidas necessárias, Paulo Gonçalves admite: "Temos expectativas quanto ao lay-off simplificado, mas ainda nos falta informação adicional para uma avaliação correta da medida".
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