A Associação Portuguesa de Bancos (APB) contesta as conclusões de uma análise da consultora Deloitte que conclui que os portugueses pagam o dobro em comissões bancárias face aos espanhóis.
"A APB estima que nos serviços bancários básicos e de utilização generalizada , afirma a entidade liderada Fernando Faria de Oliveira.
"Assim, a grande desproporção entre Portugal e Espanha que o estudo da Deloitte sugere não nos parece corresponder à realidade", sublinha.
Adianta que, em Janeiro deste ano, a APB encomendou um estudo comparativo sobre comissões bancárias "a uma reputada consultora", cujas conclusões serão oportunamente apresentadas
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A APB alega que o estudo apresenta várias falhas, comparando serviços que não são comparáveis e contém " uma distorção negativa muito significativa em relação a Portugal", por não contemplar uma comparação detalhada dos serviços prestados pela rede Multibanco.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira na sua página na Internet adianta que, "ainda assim, a banca portuguesa situa-se bem na comparação apresentada no estudo em análise, com preço médio inferior à média europeia".
Segundo o estudo da Deloitte - encomendado pela Associação Espanhola de Banca -, a média anual dos preços dos serviços bancários em Portugal é de 78 euros enquanto em Espanha é de 38 euros. A média dos países analisados é de 91 euros.
O estudo analisa os preços pela prestações de serviços financeiros em sete países: Espanha, Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Holanda.
Em Portugal, a Deloitte analisou as comissões do Novo Banco, Millennium bcp, Santander e ActivoBank, que representam mais de 50% das caixas Multibanco disponíveis no país.
Para a APB "as conclusões do estudo são relativas a um conjunto de comissões e de custos de serviços muito diversos" e, "ao não focalizar a análise num número limitado de serviços de grande relevo para os consumidores e efetivamente comparáveis, o estudo resolve mal as dificuldades de pertinência e rigor no benchmark comparativo sobre comissões".
Critica ainda o facto de o estudo comparar "onze bancos espanhóis com cerca de três nos outros Estados-Membros" e de não incluir, por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos, e de considerar apenas um 'banco digital' por país.
Diz que "parece ser indutora de uma elevada ambiguidade e imprecisão", a apresentação de um valor global baseado numa média do valor das comissões de um grupo alargado de serviços.
Frisa que "sempre que são feitas comparações destes pacotes é preciso saber com rigor os serviços que ali estão incluídos e se os mesmo são de facto comparáveis".
Uma das principais críticas ao estudo prende-se com a rede Multibanco. Segundo a APB, o facto de a análise não parecer contemplar as diferentes características das plataformas disponíveis nos diversos países "é uma distorção negativa muito significativa em relação a Portugal".
"No caso de Portugal, esta questão é de grande relevância, uma vez que a rede Multibanco permite a utilização generalizada e gratuita de uma gama muito mais vasta de serviços que não se encontra habitualmente disponível noutros países da Europa ", sublinha.
Em atualização