O Millennium bcp anunciou agora que vai avançar com um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros. A confirmação da operação surge quase três horas depois de terem saído as primeiras notícias dando conta desta alteração substancial no banco de Nuno Amado, ainda com a bolsa em negociação.
O aumento de capital será realizado através de uma oferta pública de subscrição "dirigida a acionistas no exercício dos respetivos direitos de preferência e demais investidores que adquiram direitos de subscrição". Para atingir o valor que o banco necessita, o BCP precisa de emitir mais 14,16 mil milhões de ações nesta operação.
"O preço de subscrição foi fixado em €0,0940 por cada ação. O preço de subscrição representa um desconto de aproximadamente 38,6% face ao preço teórico ajustado ex-rights (theoretical ex-rights price) calculado com base no preço de fecho das ações BCP na Euronext Lisbon em 9 de janeiro de 2017", detalha o BCP no comunicado. Já em comparação com a cotação atual do BCP, o desconto é de 90%.
Segundo a mesma fonte, o BCP já recebeu autorização para usar parte do dinheiro deste aumento de capital para reembolsar os 700 milhões em CoCos que ainda tem. Tal como o Dinheiro Vivo já tinha noticiado, o banco reembolsou 50 milhões no final de 2016.
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Quanto à posição que cada um dos maiores acionistas do banco vai tomar em relação a mais este aumento de capital da entidade presidida por Nuno Amado, o BCP aponta já que os chineses da Fosun vão aproveitar para aumentar a sua participação de 16,67% para 30%, o novo limite máximo para cada participação qualificada.
Já a Sonangol, diz o comunicado do BCP, e apesar da petrolífera angolana já estar autorizada a elevar a sua participação até aos 30%, o banco "não tem informação a respeito de qualquer decisão da Sonangol com referência à Oferta, nomeadamente quanto a exercer, alienar e/ou adquirir quaisquer direitos de subscrição".
Para assegurar que o aumento de capital não fica aquém do que o BCP precisa, o banco decidiu contratar um sindicato de bancos para comprarem "todas as ações eventualmente sobrantes", entre eles os habituais Goldman Sachs, JP Morgan, Credit Suisse ou Merril Lynch.