Os carros elétricos saem mais baratos às empresas do que os carros a gasolina, gasóleo e híbridos. A poupança fiscal pode chegar aos 2500 euros por ano. Este é o resultado de uma simulação pedida pelo Dinheiro Vivo junto da consultora Deloitte, que comparou os custos de compra e de utilização dos vários tipos de automóveis por um período de quatro anos.
A vantagem dos elétricos é tão grande, que estes automóveis chegam a pagar-se a si mesmos - o custo de utilização é inferior ao da compra. As empresas, ainda assim, devem ter em conta o tipo de utilização que querem fazer destes veículos.
“Um híbrido plug-in ou carro elétrico é mais caro no concessionário, mas depois, com a sua utilização, as vantagens são claríssimas para o carro elétrico. Isto decorre da reforma da fiscalidade verde, de 2015, que veio beneficiar a tributação destes automóveis”, assinala Afonso Arnaldo, fiscalista da Deloitte.
O benefício é tão grande, que as empresas podem poupar entre cerca de 1000 e 2500 euros por ano por possuírem estes carros (ver tabela). Ao fim de quatro anos, são gastos menos entre 4000 e 10 000 euros, segundo as simulações feitas, tendo em conta três perfis de carros: médio-baixo (patamar dos 25 mil euros), médio (35 mil euros) e alto (patamar dos 60 mil euros). Nos carros a gasolina ou gasóleo, o custo de utilização é o dobro do montante pago na compra do veículo.

Fonte: Deloitte
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A vantagem dos carros elétricos mostra-se na compra e no uso no veículo. As empresas podem, por exemplo, recuperar a totalidade do IVA pago na compra de automóveis elétricos até 62 500 euros - nos carros a gasolina e gasóleo, este imposto é considerado um custo. As empresas têm ainda o incentivo de 2250 euros para a compra de quatro veículos por ano.
Os elétricos, além disso, praticamente não têm custos de manutenção para as empresas, que estão ainda isentas do pagamento da tributação autónoma - isto é, as despesas com pneus e combustível.
As vantagens a nível financeiro, no entanto, podem ter um lado amargo para as empresas. “Se houver facilidade nos postos de carregamento e autonomia, é um investimento que vale a pena. Mas deve ser ponderada a sua compra em termos de utilização”, avisa Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Frotas com peso
Da lado das frotas, António Oliveira Martins, vice-presidente da Associação de Leasing e Factoring (ALF), lamenta que “dificilmente se possa ter um veículo elétrico confiando totalmente na rede pública de carregamento”.
Oliveira Martins, ainda assim, destaca que “um terço das vendas totais de automóveis elétricos e híbridos plug-in é para as frotas. É o dobro da quota normal do renting nas vendas de veículos novos. O renting está a ser visto como o mais importante meio de acesso a opções económicas para este tipo de veículos”, assinala este dirigente.
Governo revê benefícios fiscais nos combustíveis
A dedução em 50% do IVA do gasóleo é apontada como uma das razões para as empresas preferirem este combustível em detrimento da gasolina. Mas esta vantagem poderá estar à beira do fim.
Até ao final de março, o Governo vai apresentar o relatório do grupo de trabalho de avaliação dos benefícios fiscais, que poderá afetar as despesas com combustíveis ou então mexer nos apoios para carros elétricos.