Clima de confiança leva portugueses a viajar mais

O verão está a chegar ao fim e a associação das agências de viagens não tem dúvidas que o clima de estabilidade está a levar os portugueses a viajar.

O retrato ainda não pode ser terminado, mas com julho e agosto já virados no calendário é possível começar a ver alguns traços do que foram as férias para os portugueses: houve destinos com mais procura que outros, mas uma coisa parece certa para Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), “os portugueses estão a viajar mais”.

“Se é mais em Portugal, se é mais para o estrangeiro, veremos depois”, quando forem divulgados os dados estatísticos, diz Nuno Mateus, vice-presidente da associação, ao Dinheiro Vivo. “Mas o mercado está dinâmico, está forte. Esta maior acalmia, o fato de os números do desemprego estarem a descer ... há vários fatores” que justifiquem este aumento nas viagens. “Há mais dinheiro e estabilidade, porque às vezes pode haver dinheiro e não haver estabilidade e naturalmente é uma preocupação. Neste momento, acho que as coisas estão tranquilas e isso nota-se naturalmente pelo movimento que existe”.

Os dados anteriores já apontavam esta tendência: o crescimento do número de deslocações turísticas dos residentes em Portugal acelerou 12,1% no primeiro trimestre deste ano, a beneficiar do ‘efeito’ da Páscoa, com as viagens ao estrangeiro a ganhar peso, bem como a estadia paga em hotéis e similares. No primeiro trimestre registaram-se 4,5 milhões de viagens de residentes. A subida observada supera o aumento de 7,4% registado no último trimestre de 2017 e o crescimento de 1,1% no terceiro trimestre do ano passado.

Há ainda muitos portugueses de férias e uma parte significativa das operações das agências de viagens só terminam no final deste mês. No entanto, e tendo como base apenas as informações relativas às viagens de portugueses para fora do país, o responsável adianta que “em termos gerais as operações têm decorrido bem”. “Nota-se que Cabo Verde e as Caraíbas estão com uma procura extremamente elevada”. Nuno Mateus não consegue responder se esta procura está a ser acima do normal para estes países, garantindo apenas que é “francamente boa” e remetendo uma clarificação mais concreta para os dados que vão ser conhecidos.

“Percebemos que acabou por haver mais destinos do que no ano passado. Há destinos, em primeiro lugar, em que a oferta no ano passado foi insuficiente. Isso provoca que haja alguns crescimentos. Depois há destinos que começam a recuperar, como nomeadamente a Tunísia, que praticamente não tinha tido operações nenhumas e este ano está a retomar. Marrocos está mais forte, havendo muito mais procura”, sintetiza.

A atividade turística na Turquia está também a ser retomada. De Portugal ainda não existe “um grande volume” de turistas a procurar este destino. Mas a recuperação desta geografia “leva a que mercados tradicionais da Europa Central, como a Alemanha, que tem sempre fluxos muito grandes, acabe por desviar alguns fluxos para a Turquia o que liberta quartos nas zonas onde somos mais fortes”.

Além destes destinos, Nuno Mateus recorda que há também o mercado espanhol que “é difícil de medir”, uma vez que há muita gente que se desloca por via terrestre dada a proximidade geográfica. Cuba e Madeira, incluindo Porto Santo, são dois destinos com bastante procura.

Questionado sobre qual é a preocupação do setor, o responsável não esconde que o congestionamento no aeroporto em Lisboa está no topo da lista. Houve “este ano, muitas limitações em termos de aprovações de slots. O aeroporto de Lisboa para nós é um problema muito grave. Os outros problemas, mais ou menos vai conseguindo contornar. Agora, se logo à partida não temos um avião para poder fretar, claro que acaba por morrer toda a parte da programação”.

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