Todos conhecem a Google como a empresa do motor de busca, do Gmail, do YouTube e como aquela que fatura milhares de milhões de euros todos os anos a vender publicidade digital. Está tudo certo com esta ideia, mas não conta a história toda - a Google tem protagonizado uma revolução silenciosa, justamente na área da cloud, que pode ter um grande impacto no futuro da empresa.
A transformação começou em 2015, pela mão de Diane Greene, líder global da estratégia de cloud. A influência desta estratégia está a agora a refletir-se em Portugal.
Desde o início do ano que a Google está a apostar na renovação e expansão da equipa deste segmento para o mercado português. Depois de ter nomeado, em janeiro, um novo diretor, Jorge Reto, a gigante continuou a reforçar a equipa e nos próximos meses estão prometidas novas entradas.
Este investimento, que a empresa não traduz em números, vai “ajudar a estar mais consolidada no mercado e a estar mais presente”, considera Jorge Reto. “Se chegarmos ao final do ano e as empresas entenderem que estamos aqui para ajudar no processo de internacionalização e de melhoria dos processos de negócio através do uso da tecnologia, é um bom objetivo, mais do que qualquer objetivo financeiro”.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Aos 45 anos e com mais de 20 de experiência na área das tecnologias, o gestor diz que a Google está recetiva a ter novos parceiros para o mercado português, para desenvolver o negócio nesta área. Em termos de novos clientes, a tecnológica vai à procura sobretudo das grandes empresas, de negócios que tenham dimensão e ambição internacional, e também das startups.
Questionado sobre se a Administração Pública é uma área que quer atacar em Portugal, Jorge Reto diz que já existem alguns clientes e há “alguns projetos a andar. A Administração Pública é estratégica porque tem uma área de transformação digital muito profunda e é muito interessante para as nossas áreas de produtividade”.
Em Portugal, à semelhança do que acontece a nível internacional, os grandes rivais são a Amazon, com a plataforma Amazon Web Services, e a Microsoft, com a plataforma Azure. A luta entre estes três ‘jogadores’ tem sido intensa e o negócio de cloud tem assumido cada vez maior preponderância nos resultados trimestrais.
No caso específico da Google, a cloud já representa mil milhões de dólares por trimestre, cerca de 3% das receitas totais. Jorge Reto não adiantou números do negócio em Portugal, mas diz que está em linha com a representatividade que tem a nível global.
“Estamos a mostrar com o Google Cloud que a Google já não é só uma empresa de anúncios”.