No final do primeiro semestre do ano, as empresas públicas apresentavam um endividamento total de 31 mil milhões de euros, valor que evidencia um recuo de 3% face a dezembro de 2014, ou menos 927 milhões de euros. Os valores são da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público do Estado (UTAM), relativos ao primeiro semestre do ano.
Apesar de em termos globais o setor empresarial do Estado ter reduzido a dívida, olhando individualmente houve diferentes contributos de cada área. Na Cultura, as dívidas cresceram três milhões de euros, para 916 milhões, e na Comunicação Social o endividamento aumentou 6% para 83,3 milhões.
Em termos relativos, o maior contributo para a redução da dívida veio da Saúde, com uma quebra de 76% na dívida (para 299 mil euros). Já em termos absolutos, foi das empresas de transportes e armazenagem: reduziram a dívida em 544 milhões, para 18,4 mil milhões (-3%).
Lucros e prejuízos.
"No primeiro semestre de 2015 verificou-se um aumento do resultado líquido das empresas públicas em 186 milhões de euros (30%) face ao verificado no mesmo período do ano anterior", começa por apontar o relatório da UTAM. "O aumento do resultado líquido decorre maioritariamente dos setores das Empresas Financeiras", como a Parpública, destaca ainda o relatório.
Este aumento do resultado líquido, no entanto, não é mais do que uma redução dos prejuízos destas empresas. Nos primeiros seis meses do ano o setor empresarial do Estado registou perdas de 431 milhões, aquém do objetivo para o período - perdas de 120 milhões.
Operacionais.
Já olhando apenas para os aspetos operacionais, a UTAM aponta que o EBITDA das empresas públicas atingiu 421 milhões de euros no semestre, valor que quase duplicou face a Junho de 2014 mas que ficou 143 milhões aquém do previsto no orçamento para a primeira metade deste ano. Já o volume de negócios do SEE atingiu 3,99 mil milhões de euros, menos 241 milhões que o antecipado mas 209 milhões acima do primeiro semestre de 2014.
Se no EBITDA e no volume de negócios os números ficaram abaixo do previsto, o mesmo também se verificou nos Gastos Operacionais reportados pelo conjunto das empresas públicas: a despesa atingiu os 3,9 mil milhões de euros, menos 196 milhões que o antecipado mas 209 milhões acima do registo no período homólogo comparável.
Em relação aos objetivos de gestão destas empresas, a UTAM salienta que "a atividade desenvolvida até ao final do primeiro semestre indicia que 77% das empresas públicas cumpriram as instruções relativas ao endividamento, metade das empresas cumpriram os objetivos referentes aos Gastos Operacionais, 38% cumpriram os objetivos referentes ao EBITDA e 69% cumpriram o objetivo de redução do seu prazo médio de pagamentos".
O prazo médio de pagamento do setor empresarial do Estado caiu de 50 para 48 dias de dezembro de 2014 até junho de 2015.