DPD aplica mais de 10,5 milhões na frota. Entregas até 1 hora chegam já em 2021

Operador viu entrega de encomendas de clientes particulares explodir mais de 60% por causa da pandemia, tendo aumentado quota de mercado.

O DPD Group investiu mais de 10,5 milhões de euros na renovação da frota, num momento em que, por causa da pandemia, viu explodir mais de 60% as entregas de encomendas a particulares. No próximo ano, a companhia do grupo francês La Poste começa a operar em Lisboa, com a empresa de entregas rápidas, Stuart. “O projeto está validado com a casa-mãe e assente na experiência da Stuart, presente em quatro países e em mais de 100 cidades europeias. Estamos no top da lista dos países onde a Stuart vai arrancar. Vamos trazer no início do próximo ano essa novidade para Lisboa”, adianta Olivier Establet, CEO da DPD Portugal.

Nos mercados onde está presente, como França ou Espanha, a Stuart, startup onde em 2015 a GeoPoste (do grupo La Poste) investiu 22 milhões de euros, assegura entregas em casa em até uma hora, de restaurantes, retalho de luxo ou alimentar. A entrada coincide com um momento em que as plataformas de entregas ao domicílio e de transporte de encomendas estão a crescer por causa da pandemia, pressionados pela procura dos consumidores nacionais. O negócio de entregas mudou, com as encomendas a particulares (B2C) a galopar crescimentos, enquanto entre empresas (B2B) se afundava.

“A redução foi na ordem dos 50% nos primeiros momentos do confinamento, a situação tem vindo a evoluir a partir de junho, com o regresso do consumo nas redes de retalho, no entanto, estamos ainda nos patamares na ordem dos 15% abaixo do período pré-covid”, descreve Olivier Establet. Em contrapartida, no B2C “os índices chegaram a triplicar em termos de atividade do e-commerce. Passado algum tempo, houve uma progressiva regularização, neste momento estamos com cerca de 60% de níveis acima de pré-covid. Penso que já não vai descer a partir disso, o que demonstra que o e-commerce ganhou em poucas semanas vários anos de crescimento e veio para ficar”. “Estou convencido que Portugal vai normalizar no final do ano, princípio do próximo, com taxas mais próximas dos 10% do consumo online”, estima o CEO da DPD Portugal.

Uma mudança que mais que compensa perdas do B2B. “Permite um crescimento a dois dígitos e crescer muito acima das projeções que tínhamos neste ano”, adianta Olivier Establet. No ano passado, a empresa, que este mês faz um ano de fusão de operações entre a Chronopost e a SEUR, faturou 72,3 milhões de euros e entregou cerca de 21 milhões de encomendas. Neste ano, “esperávamos um crescimento de menos de 10% e vão ser de dois dígitos”, revela o responsável, sem precisar.

Até junho, segundo dados da Anacom, foram enviadas 27,451 milhões de encomendas, mais 20,8% do que um ano antes, em Portugal. A DPD fechou o semestre com uma quota de 2,4% do tráfego postal, uma subida de 0,3 pontos percentuais face ao primeiro semestre do ano passado.

Investimento em frota e centros logísticos

A pandemia não fez, por isso, o grupo repensar o investimento de 25 milhões no novo centro logístico em Lisboa. O arranque estava previsto para “final do ano 2021, poderá sofrer um atraso de alguns meses, mas não mais do que isso. No início de 2022, não passará disso”, garante Olivier Establet, sem precisar a localização do novo centro, o maior da companhia no país. O investimento junta-se aos 8 milhões que a empresa tem vindo, desde o ano passado, a fazer na renovação das plataformas regionais em Coimbra, Margem Sul, Évora e “no final do ano” em Faro, “investimentos que permitem duplicar a nossa capacidade”.

A empresa está ainda a apostar na sua rede capilar, com a criação de depósitos urbanos, permitindo viabilizar “a estratégia do ponto de vista da sustentabilidade com a utilização de veículos elétricos”. “Começámos em Lisboa, tal como em França se começou por Paris. Naturalmente, não vamos ficar por Lisboa”, diz. Mas, a “descarbonização total das entregas em Lisboa começará com maior expressão no próximo ano”, refere o gestor. “No final do próximo ano, 100% da frota que fará entregas em Lisboa será verde”, assegura.

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