A ATM, associação que representa os acionistas minoritários da EDP Renováveis, defende que apesar do preço oferecido pela EDP na OPA, de 6,80 euros por ação, ser mais de 10% acima da média ponderada dos últimos seis meses, é "manifestamente baixo".
Em declarações ao Dinheiro Vivo, Octávio Viana, presidente da entidade, diz que é preciso lembrar que o preço da OPA "está a ser transacionado abaixo do preço da OPV" - quando chegou ao mercado a EDP Renováveis valia 8 euros por ação.
"Quando se coloca uma empresa em bolsa esta devia gerar valor para o acionista, ou seja, o preço devia ser acima do valor da OPV, o que não acontece", frisa. O enquadramento de crise dos últimos anos, assim como o fim de vários subsídios às renováveis e a fraca liquidez da empresa penalizam a cotação.
Ainda assim, Octávio Viana diz que legalmente não há nada a fazer, uma vez que o preço está fixado tendo em conta as regras do Código de Valores Mobiliários. Ou seja, ao contrário do que fizeram no BPI, os acionistas minoritários não vão propor a nomeação de um auditor independente.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
A ATM também considera muito improvável que a EDP consiga lançar uma OPA potestativa (obrigatoriedade em lançar uma Oferta sobre o capital que não foi comprado na primeira OPA, caso compre na Oferta 90% do capital). "A EDP já tem a maior parte do capital e vai chegar a mais de 90% mas não vai conseguir chegar a esse valor nas ações que são objeto da oferta. Basta que 2% do capital não venda para que não se lance uma OPA potestativa", avisou.
A EDP poderá retirar a EDP Renováveis de bolsa através de outros mecanismos, nomeadamente de aprovação em assembleia-geral, mas para os acionistas que não vendam se isso acontecer as ações poderão ter uma queda "de um terço do seu valor".