Os engenheiros da TAP iniciam na quarta-feira uma greve por tempo indeterminado às deslocações em serviço, em protesto contra a redução do valor das ajudas de custos, anunciou esta terça-feira o respetivo sindicato.
José Coelho, dirigente do Sindicato Nacional dos Engenheiros, Engenheiros Técnicos e Arquitetos (SNEET), disse à agência Lusa que o novo regulamento de deslocações em serviço que entrou em vigor a 01 de fevereiro "foi imposto, sem qualquer negociação, e reduz as ajudas de custo, nalguns casos em mais de 50%".
O sindicalista explicou que os cerca de 200 engenheiros que asseguram a manutenção e fiscalização dos aviões da TAP têm deslocações frequentes para o estrangeiro e chegam a estar fora um ou dois meses.
"Numa altura em que a TAP exige cada vez mais dos seus quadros técnicos, os quais têm correspondido de forma inexcedível, a revisão imposta deste regulamento não tem qualquer justificação, até por ser aplicada de forma setorial e unilateral", afirmou o SNEET em comunicado.
Segundo o sindicato, a greve que começa na quarta-feira poderá comprometer "o objetivo de expansão da frota, os objetivos comerciais previstos para o ano de 2019, bem como qualquer suporte técnico à manutenção da frota TAP fora da base".
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O SNEET representa 130 engenheiros da TAP.
Na segunda-feira o Sindicato dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA) anunciou uma greve para quarta-feira, por tempo indeterminado, para protestar contra alterações ao regulamento de deslocações em serviço e ao seguro de saúde.
Esta paralisação também se aplica ao trabalho fora da base, tendo em conta que a TAP alterou o valor pago a uma parte dos funcionários nas deslocações que têm que fazer em serviço, nomeadamente a diária no Brasil, que passou de 80 euros para 40 euros.
A TAP referiu, a propósito, à Lusa, que "mantém permanentemente abertas as vias de comunicação com todos os sindicatos".