Ensinar a "literacia do futuro"

Sharkcoders acredita que esta formação, ministrada de forma lúdica, ajudará jovens a desenvolver outras competências.

A Sharkcoders, a primeira rede de escolas portuguesa de programação e jogos de robótica, quer ajudar crianças e adolescentes, dos seis aos 17 anos, a estarem preparados para o futuro. “Ensinamos, de forma lúdica, aquela que é a literacia do futuro, a programação, desenvolvimento de jogos, de aplicações móveis, robótica”, explica Andreas Vilela, fundador e administrador desta startup, finalista dos prémios Inovação Nos.

Segundo o empreendedor, os ensinamentos “têm um impacto transversal muito positivo no desenvolvimento de algumas competências, de raciocínio lógico, problemas, inglês, matemática e trabalho em equipa”, entre outros aspetos.

A Sharkcoders começou a ser desenhada em 2016, quando Andreas Vilela, atualmente com 30 anos, percebeu que os miúdos precisavam de ter “este tipo de experiências desde cedo”, para desenvolver competências. Analisou o mercado português e percebeu que faltavam soluções. Ainda fez uma viagem a São Paulo, Brasil, para tentar parcerias com escolas de programação e robótica daquele país, mas veio sem fechar acordo e decidiu criar “uma marca própria e um projeto 100% português”, explica.

O negócio foca-se em três vertentes, que vão da oferta para famílias, a oferta junto de autarquias, agrupamentos ou colégios e a produção de conteúdos para consumo interno ou externo (rede de franchising). Nas escolas é feita uma introdução à programação e são ministrados cursos onde os jovens podem, por exemplo, criar as suas próprias aplicações e jogos.

Por enquanto está assegurada a presença física no Porto e em Vila Real. Ainda este ano deverá abrir mais um polo em Lisboa. Através de franchising e da oferta dos seus conteúdos através de autarquias e escolas, espera expandir-se a todo o país. E assim chegar a muito mais do que os cerca de 80 alunos que agora frequentam cursos nas instalações da Sharkcoders.

“O paradigma da educação está a mudar. É cada vez mais difícil um professor conseguir dar uma aula dita tradicional, tem que levar para a sala de aula as novas tecnologias. Acreditamos profundamente que o futuro passa pela programação e a robótica serem inseridos na sala de aulas. Qualquer professor de qualquer disciplina pode fazer formação e adaptar as ferramentas que nós temos para conseguir trabalhar os conteúdos da sua disciplina”, acrescenta Adriano Silva, docente que colabora na parte pedagógica.

Segundo o professor, o futuro passa, inevitavelmente, por esta temática. “Há necessidade na União Europeia de pessoas com este tipo de competências e um dos grandes objetivos do governo é, até 2030, 80% das pessoas terem literacia digital”, diz.

Andreas e Adriano ambicionam, para além do “sucesso” do projeto, conseguir “fazer a diferença” no combate às assimetrias. “Pensamos que o nosso método de ensino pode ser uma mais-valia no combate ao abandono e insucesso escolar e queremos - por conhecermos o interior e o nível de desigualdade em relação ao litoral - proporcionar igualdade de oportunidades. Seria um sonho olhar para trás daqui a uns anos e perceber que fizemos um pouco a diferença”, sublinha Adriano Silva.

Por enquanto, a Sharkcoders envolve sete pessoas, nem todas a tempo inteiro. Andreas Vilela, que já trabalhou na PT Inovação, por exemplo, reparte-se por diversos projetos, como a criação de uma plataforma de marketing digital para micro e PME.

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