Eurosender. Programa Erasmus e emigração alavancam crescimento em Portugal

A Eurosender elege o mercado português como “o melhor mercado em termos de vendas em 2017” e deixa no ar a hipótese de um escritório em Portugal.

Tim Potocnik, um dos fundadores e CEO da startup, terminou um programa de intercâmbio na Polónia e percebeu que era um desafio transportar toda a bagagem de regresso a casa, na Eslovénia. E assim surgia a empresa, que disponibiliza online uma plataforma que permite reservar entregas porta-a-porta, na Europa.

Em maio de 2014, depois de Tim Potocnik se deparar com o desafio do transporte, nascia a Eurosender: “Era simplesmente muito caro levar tudo num avião, então comecei a pesquisar e a comparar preços entre as diferentes empresas de distribuição”, explica o CEO ao Dinheiro Vivo. “Rapidamente descobri que os sites são confusos e antiquados. Era quase impossível encontrar preços, o que significa que tinha que ligar e enviar e-mail para cada distribuidor para saber o custo dos seus serviços. Resumindo... levei horas para obter aquela que me pareceu se a melhor oferta”, recorda Tim Potocnik.

No ano passado, a plataforma de serviços de transporte porta-a-porta viu as vendas em Portugal aumentar 40%. Para que a Eurosender se possa diferenciar no mercado, o CEO explica que apostam em vários fatores: um serviço de atendimento ao cliente no idioma nativo de quem pede o serviço, uma plataforma que utiliza um algoritmo de processamento de dados, disponibilizar transportes de caixas, malas, equipamento desportivo e também paletes, tudo isto enquanto trabalham com vários parceiros do setor da logística, como a DHL, GLS ou a Chronopost.

“Temos, por exemplo, três pessoas que estão alocadas para responder a telefonemas e e-mails em português. Isso ajuda muito na construção de uma relação de confiança e de longo prazo com clientes em cada país”, refere Tim Potocnik.

Em relação à plataforma, o CEO explica que esta tem a particularidade de “se tornar mais inteligente, à medida que vai recebendo uma maior quantidade de dados”. “Desenvolvemos um algoritmo de processamento de dados que está na base e é capaz de analisar a taxa de sucesso das entregas num determinado destino”, elucida Tim Potocnik, acrescentando também que depois disso são combinados os dados sobre confiabilidade dos serviços e preços (a Eurosender refere que tem mais de cem milhões de cotações no banco de dados). No final, é apresentado ao utilizador uma combinação que, em teoria, será a mais eficaz para o pedido feito.

Portugal é cada vez mais um país de turismo, mas também há quem venha para estudar, através do Programa Erasmus: de acordo com as estatísticas da Comissão Europeia, no ano letivo 2015/2016, mais de 12 mil estudantes rumaram a Portugal, o que se traduziu num aumento de 13% face ao ano letivo anterior.

Por isso, a Eurosender aponta como ‘responsável’ pelo aumento das vendas em território nacional o programa Erasmus, além da emigração temporária. “Portugal constituiu o nosso melhor mercado em termos de vendas em 2017. Representou mais de 10% do volume total em todos os 30 mercados”, explica o CEO da Eurosender. O maior volume de encomendas que sai de Portugal ruma a diversos pontos da Europa, como Itália, Reino Unido, Alemanha, Polónia ou Holanda.

Por cá, a Eurosender já conta com programas destinados especificamente aos estudantes de Erasmus, com parcerias com organizações locais de apoio ao programa Erasmus e iniciativas universitárias, como a Erasmus Student Network ou a Inspiring Future. Além de códigos de desconto na utilização do serviço com as parcerias, a empresa prepara ainda conteúdos especialmente para os estudantes, desde manuais para quem se quer candidatar ao intercâmbio até vídeos feitos especialmente para estudantes.

Um escritório em Portugal no futuro da Eurosender?

A Eurosender já faz estimativas para o próximo ano: se em 2017 Portugal já representou cerca de 15% dos clientes, Tim Potocnik indica os números nacionais “continuam a crescer significativamente, estando no caminho certo para pelo menos obter o dobro dos números do ano passado, até ao final do ano”.

Uma vez que se trata de um negócio online, o responsável da Eurosender refere que “é necessário ter presença física em todos os mercados”, acrescentando que os três funcionários que falam português estão em Liubliana, na Eslovénia.

“No entanto, uma vez que Portugal é um mercado crucial para a Eurosender e como o ecossistema de empresas tecnológicas em Lisboa e no Porto se tornou bastante atraente nos últimos anos, poderemos considerar abrir um escritório em Portugal algures no futuro. E o “futuro” em termos de startups é geralmente um período relativamente curto”, diz Tim Potocnik.

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Enquanto o futuro não se materializa, o CEO e co-fundador da Eurosender refere que a empresa está “em modo de contratação total”, com a intenção de contratar mais “40 pessoas ao longo dos próximos 12 meses”. “Estamos muito interessados em ter mais portugueses na nossa empresa - especialmente para conteúdos, vendas e apoio ao cliente”, elucida Tim Potocnik.

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