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A NOS acaba de reagir à Anacom que anunciou esta segunda-feira que a operadora, juntamente com a Meo e a Vodafone, aumentaram em 3,3% o preço dos pacotes 3P, que inclui serviço de TV paga, internet e telefone fixo. "Não é verdade que a NOS tenha subido os preços aos seus clientes, nem tão pouco reduzido a qualidade dos seus serviços", reagiu a operadora. O comunicado do regulador, acusa a empresa liderada por Miguel Almeida, "não pass de mais uma iniciativa para tentar enganar os portugueses". "O que o regulador pretende com este tipo de desinformação é criar uma nuvem de fumo para distrair os portugueses das consequências dramáticas que o regulamento do leilão 5G trará para o país", acusam.
A Anacom analisou as ofertas 3P da NOS, Meo e Vodafone, entre setembro e outubro, e conclui que os três operadores tinham aumentando em 3,3% os seus pacotes, tendo, em simultâneo reduzido a qualidade do serviço oferecido, reduzindo, por exemplo, a velocidade do descarregamento. Com esse aumento, a oferta mais barata, diz o regulador, o pacote mais barato fica com valores acima dos 30 euros, frisando que o preço cobrado aos portugueses já era desfasado da média europeia. Em Portugal, este tipo de pacotes é subscrito por cerca de 1,7 milhões de clientes, cerca de 40% do total de subscritores, alerta a Anacom.

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A NOS discorda. "O regulador das comunicações insiste nas suas afirmações cujo único objetivo é o de denegrir o setor, recorrendo a uma narrativa conscientemente falsa", acusa fonte oficial. "Nunca nenhum cliente da NOS viu ou verá os seus preços aumentados, em qualquer momento, como consequência do lançamento de novas ofertas. A afirmação do regulador é pura e simplesmente falsa", garante.
"Lamentavelmente, o regulador não se congratulou nem tão pouco divulgou a redução de mais de 10% do preço na oferta de internet fixa da NOS, oferta a que dá tanta relevância. Tal revela de forma inequívoca o seu enviesamento e processo de intenções", continua.
"O presidente da Anacom é incapaz de conviver com a verdade e demonstra um absoluto desprezo pelos factos. Tal comportamento é indigno do cargo que ocupa e manifesta um profundo desrespeito pela instituição e pelo Estado em geral", acusa. "Não são claros os interesses que patrocina, mas não serão certamente os das empresas ou dos consumidores portugueses", atira.
"Tudo o que o regulador pretende com este tipo de desinformação é criar uma nuvem de fumo para distrair os portugueses das consequências dramáticas que o regulamento do leilão 5G trará para o país", considera a companhia.
A NOS avançou na passada quinta-feira com uma providência cautelar para travar a atribuição do espectro atribuído à Dense Air - no entender da companhia o regulador falhou nos seus deveres ao não ter recuperado esse espectro, depois de passado dez anos de ser atribuído a licença, não ter sido lançado nenhum serviço comercial, tendo já avançado igualmente com um pedido de indemnização à Anacom de 42 milhões - bem como uma providência cautelar contra as regras do regulamento do 5G que considera discriminatórias face aos operadores já no mercado, em relação a potenciais novos operadores, bem como uma ação.

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"Sejamos claros. Não houve aumento de preços nem redução da qualidade. O que há é um regulamento 5G absolutamente inaceitável e um regulador que, sem argumentos, fabrica uma narrativa integralmente falsa para justificar o absolutamente injustificável. Que tal abuso de poder, sem qualquer escrutínio e sem consequências, possa acontecer num estado de direito, deveria ser motivo de reflexão para todos", conclui.