- Comentar
São conhecidos, nesta terça-feira à noite, os vencedores dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial (EEPA, em inglês) e Portugal faz-se representar com dois dos 17 projetos que integram a short list do concurso. 'Aqua+ Água na medida certa', da Adene, e 'Comércio Digital', projeto da ACEPI, são os dois finalistas a representar Portugal na final europeia na Eslovénia.
Vencedor nacional na categoria 3, referente ao Desenvolvimento do Ambiente Empresarial e Apoio à Transição Digital, o programa Comércio Digital é uma iniciativa da Associação da Economia Digital e pretende capacitar 50 mil empresas do comércio e serviços para a economia digital. Disputa o prémio com um projeto alemão e outro austríaco.
Já o Aqua+ é um referencial inovador, a nível mundial, que pretende promover o uso eficiente de água nos edifícios e é um dos três finalistas na categoria 5, de Apoio à Transição Sustentável, junto com projetos da Eslováquia e Eslovénia.
Na prática, o Aqua+ é o equivalente ao sistema de certificação energética, mas para a água. A diferença é que o primeiro é de cariz obrigatório para quem quer alugar ou vender um imóvel, e este é de adesão voluntária. Lançado em dezembro de 2019, exclusivamente para o segmento residencial, o Aqua+ classifica os imóveis numa escala de A+ a F, consoante são mais ou menos eficientes. A Adene calcula que a implementação de medidas de eficiência permitiria às famílias portuguesas reduzirem em 30 a 50% o seu consumo de água, o que representaria uma poupança anual estimada de 800 milhões de euros ao ano.
Estes são dados referentes ao segmento residencial, mas, já em dezembro, a Adene vai lançar o Aqua+ para empreendimentos hoteleiros. E tem em preparação o referencial para o comércio e serviços.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Sobre a nomeação para os EEPA, Filipa Newton, coordenadora de Novos Sistemas na Adene, admite que a "expectativa é grande", e que só o facto de estarem na short list "já é muito positivo".
Quanto ao projeto Comércio Digital, arrancou em 2018, por iniciativa da ACEPI já que o relatório anual que a associação promove sobre a economia digital no país mostrava, então, que 60% das PME nacionais não tinha qualquer presença online. O objetivo era "evangelizar os comerciantes", mas Nuno Milagres, vice-presidente da associação e coordenador do programa, admite que a iniciativa "não foi muito bem recebida".
Entretanto, com a pandemia, tudo mudou. Forçados a fechar as lojas, muitos foram os que procuraram alternativas no e-commerce. E houve quem nem voltasse a abrir a loja física. "Há o caso de um alfarrabista de Coimbra que vende livros raros e dizia que havia dias seguidos em que ninguém entrava na loja. Com a covid, inscreveu-se no marketplace da Fnac e começou a vender significativamente mais, tendo decidido apostar neste segmento e não reabrir", explica Nuno Milagres.
A restauração foi dos setores que deu "passos mais significativos" neste domínio. "Perceberam que aderindo às plataformas digitais conseguiam chegar mais longe do que na venda ao postigo. E muitos dos que digitalizaram as ementas já não voltaram atrás, porque entenderam que é mais fácil atualizar as ementas online do que voltar a imprimi-las todas", frisa. E há também o exemplo das imobiliárias que passaram a organizar 'videovisitas' aos imóveis que tinham à venda, conquistando uma audiência "que não esperavam ter".
Presente na Eslovénia para a assistir à entrega dos prémios, Nuno Milagres tem esperança que possa trazer mais um EEPA para Portugal. "De qualquer forma, só o facto de termos sido selecionados para a short list significa que estamos no top3 da nossa categoria, o que já é muito positivo", destaca.
São seis as categorias a concurso e os 28 países participantes submeteram mais de 200 projetos, que foram restringidos a uma lista de 47 para que o júri dos EEPA 2021 selecionasse a short list dos 17 finalistas. Assim,na categoria 1, designada por Promoção do Espírito Empreendedor, são três os projetos a concurso da Eslovénia, Espanha e França. Na categoria 2, Investimento nas Competências Empreendedoras, foram selecionados para finalistas projetos da Alemanha, Lituânia e Itália. A categoria 4 refere-se ao Apoio à Internacionalização das Empresas, e só há dois projetos na short list, provenientes da Irlanda e de Espanha. Por fim, a categoria 6, que premeia o Empreendedorismo Responsável e Inclusivo, os finalistas são oriundos da Suécia, Turquia e Países Baixos.