Portuguesa Critical Software junta-se à BMW para criar o automóvel do futuro

Empresa portuguesa vai juntar-se à BMW, contratar mais pessoas e abrir dois novos centros em Portugal.

O mundo da mobilidade e do automóvel tal como o conhecemos está a mudar e a empresa portuguesa Critical Software vai ter uma palavra a dizer no carro do futuro. A companhia de Coimbra anunciou esta segunda-feira, em Lisboa, que vai criar uma nova empresa em conjunto com o gigante BMW Group. Chama-se Critical TechWorks e é “um projeto extraordinário” que promete tornar a empresa portuguesa Critical Software numa marca de importância global.

Qual o objetivo desta joint venture? Criar as condições certas para “ser a referência mundial na construção do carro do futuro”. O sonho é do CEO e co-fundador da Critical Software, Gonçalo Quadros. Ao Dinheiro Vivo o responsável assumiu que este “é um projeto transformador e que vai colocar a Critical numa nova galáxia”.

Do projeto fazem parte dois novos centros de engenharia em Lisboa e no Porto (a sede da nova empresa será no Porto). Gonçalo Quadros admite que vão ser contratadas várias pessoas, mas ainda não pode esclarecer quantas, nem os pormenores do negócio (é provável que o BMW Group seja maioritário na futura empresa). “A Autoridade da Concorrência europeia vai ter de avaliar o projeto, o que deverá acontecer em julho, e só depois tudo ficará oficial”, explicou Gonçalo Quadros.

E porque é que um negócio entre uma multinacional de software portuguesa e um dos gigantes dos automóveis passa pela Autoridade da Concorrência? Está relacionado com o chamado “lock of talent”, ou retenção de talento numa área específica. O CEO da Critical Software diz que a área da engenharia tem tido uma procura muito grande e é preciso analisar para não se criarem “assimetrias na concorrência”. Após a análise da Autoridade da Concorrência, se acontecer em julho e tiver parecer positivo, a nova empresa arranca em setembro.

Concorrer com Uber, Tesla, Mercedes e afins

A nova empresa que será portuguesa e terá a tal sede no Porto vai fornecer software para as áreas automóvel e de mobilidade do BMW Group – além da BMW inclui a Mini e a Rolls Royce. A celebrar este ano 20 anos de existência, a empresa criada por três alunos de doutoramento em 1998 na Universidade de Coimbra, promete conseguir desenvolvimentos relevantes nas áreas de inteligência artificial, Big Data, fábricas inteligentes, ecossistemas para clientes, conectividade entre veículos, serviços de carsharing e, claro, carros autónomos.

Neste domínio, Gonçalo Quadros admite que há os gigantes do mundo automóveis e alguns “outsiders” que têm levado a futuro da mobilidade para novos patamares, como é o caso da Uber e da Tesla, que fizeram os gigantes da indústria automóvel repensar o seu papel. “O futuro passa pela partilha, vamos deixar de ter a relação pessoal com o automóvel que tínhamos. As soluções de software vão ser comuns, o que é importante é ter mobilidade quando o desejamos, seja num carro autónomo, num drone ou naquilo que a tecnologia for permitindo com segurança”, explica o CEO da Critical Software.

A empresa portuguesa que se distinguiu logo nos primeiros anos de atividade ao licenciar software para a NASA, tem já escritórios em Portugal (Coimbra, Lisboa e Porto), no Reino Unido (Southampton), na Alemanha (Munique) e nos Estados Unidos da América (Califórnia). Tem desenvolvido software e serviços de engenharia para o suporte de sistemas críticos orientados à segurança, à missão e ao negócio de empresas em áreas como o espaço, aeronáutica, defesa, saúde, transportes (ferrovia), entre outras.

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