Power Dot tem 18 milhões de euros para carregar mais elétricos em Portugal

Plano de investimento vai permitir ampliar a rede dos atuais 900 para 1500 pontos de carregamento até ao final de 2023. Empresa vai também recrutar mais 75 pessoas em Portugal.

A Power Dot prevê chegar aos 300 milhões de euros investidos na instalação e ativação de pontos de carregamento para veículos elétricos em seis países, até 2025. Para Portugal, o plano de investimento de 2023 ascende aos 18 milhões de euros, revela Luís Santiago Pinto, cofundador e presidente executivo da empresa portuguesa, ao Dinheiro Vivo.

"Até 2025, queremos investir 300 milhões de euros, o que nos vai permitir chegar aos 19 mil pontos de carregamento instalados até ao final desse ano, em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo e Polónia. Esse é o grande objetivo", afirma o jovem gestor.

Desta verba, 18 milhões de euros estão já programados para aplicar este ano, no crescimento da rede nacional de pontos de carregamento de acesso público para veículos elétricos.

Neste momento, a rede de carregadores de veículos elétricos da Power Dot conta com cerca de 1500 pontos de carregamento em seis países. Só em Portugal estão instalados e ativos cerca de 900.

"Queremos chegar aos 1500 pontos de carregamento, em Portugal, e aos quatro mil a nível internacional, no final de 2023", aponta Luís Santiago Pinto, notando que a empresa já tem "seis mil pontos de carregamento em obra".

"Portugal representa mais de 50% dos pontos de carregamento que temos instalados ao dia de hoje", afirma o CEO da Power Dot.
A oferta da empresa, contudo, tenderá a ficar mais equilibrada entre os seis países onde atua à medida que o negócio internacional se desenvolve.

Portugal é a bateria, mas França carrega atenções
"Estamos a fazer uma forte expansão internacional e, por isso, é natural que países de grande dimensão como França, Espanha e Polónia acabem por se afirmar e rapidamente crescer. Iremos crescer consoante as oportunidades e o nível de maturidade da mobilidade elétrica", comenta o gestor.

Qual merecerá maior foco? "Em todos eles as coisas têm corrido significativamente bem", responde, enfatizando que o futuro dependerá da relação entre o uso de veículos elétricos face às necessidades de mais carregadores.

"Portugal é um caso de sucesso e está à frente de muitos países a nível europeu. Existe uma rede mais desenvolvida, em termos percentuais, do que noutros países e isso aumenta a confiança dos utilizadores de elétricos. Posso afirmar com segurança que hoje é possível ter um carro elétrico em Portugal sem ter a ansiedade de ficar sem bateria", destaca.

Não obstante, o responsável aponta França como um país a ter em conta. "Acredito que França seja um país onde há um ótimo equilíbrio entre o desenvolvimento do mercado de mobilidade elétrica e oportunidades de destination charging. Se tivesse que fazer uma aposta, acredito que França tem estes dois componentes que acabam por tornar o mercado muito interessante".

Luís Santiago Pinto explica a ambição da Power Dot no escritório de Lisboa. É na capital que se encontra a bateria das operações para os seis países. Aliás, o gestor formado em Engenharia Civil, no Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa, que antes da Power Dot passou pela Uber e pela Lime, duas empresas de referência no setor da mobilidade, afiança mesmo que o foco da empresa está nos atuais seis países, onde "ainda há muito trabalho a fazer em termos de densificação da rede de carregadores". No entanto, embora a empresa não procure proativamente, o gestor não descarta a hipótese de surgirem novos países.

Quadros sobem de 100 para 180 até ao final do ano
Os planos de investimento "são essencialmente para aplicar em pontos de carregamento", mas o CEO da Power Dot sublinha também a aposta que pretende fazer nos recursos humanos da empresa.

A Power Dot conta, atualmente, com cerca de cem trabalhadores distribuídos pelos escritórios de Lisboa, Madrid, Paris e Varsóvia, a partir dos quais é desenvolvido o negócio em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo e Polónia. "Somos hoje 35 em Portugal, mas seremos 75 no final de 2023. Vamos escalar a equipa de 100 para 180 pessoas, em termos globais. A maioria será sentada em Portugal, porque é aqui que temos as equipas centrais", detalha.

Criada em 2018 por um grupo de amigos, a Power Dot surgiu com o objetivo de instalar carregadores de veículos elétricos nos sítios onde "as pessoas passam mais tempo", evitando desvios nas rotas quotidianas dos utilizadores. A empresa explora o conceito de destination charging, associando o carregamento do veículo a outras necessidades mundanas.

A Power Dot tem uma quota de mercado de carregadores rápidos e ultrarrápidos a rondar os 13%. Os carregadores são desenvolvidos também com tecnologia nacional da Efacec e da i-charging, entre outros, e localizam-se hoje em cerca de 1300 centros comerciais, supermercados, estações de serviço, restaurantes ou lojas especializadas. "Sentimos que havia uma enorme oportunidade de tornar a experiência de carregamento tão fácil como carregar o nosso telemóvel", lembra Luís Santiago Pinto.

O modelo de negócio assenta na premissa de que os parceiros só têm de assegurar o espaço e a Power Dot "investe, instala e opera os pontos de carregamento sem qualquer custo para os proprietários do local". O modelo garantiu apoios de peso: a Power Dot tem entre os acionistas o grupo empresarial da família portuguesa Arié e o fundo francês Antin Infrastructure Partners, que já investiu 150 milhões de euros na empresa.

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