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A Renault tem um novo plano para ser mais rentável até 2025. O grupo automóvel francês pretende gerar até 6 mil milhões de euros em tesouraria nos próximos quatro anos: haverá menos plataformas utilizadas mas cada vez maior foco em automóveis elétricos. Esta é a premissa do plano estratégico Renaulution, apresentado esta quinta-feira.
O plano contempla uma redução de custos fixos de 3 mil milhões de euros até 2025, acelerando as reduções anunciadas em 2020. A fabricante pretende uma diminuição de custos variáveis de 600 euros por carro, assim como travar o investimento, de 10% para 8% das receitas até 2025.
Serão utilizadas apenas três plataformas para produzir automóveis - em vez das atuais 6 - e existirão quatro grupos propulsores, metade dos atuais.
Até 2025, serão lançados 25 novos modelos, metade deles nos segmentos C e D - para servir as famílias. Pelo menos 10 das novidades serão de automóveis totalmente elétricos, detalha a fabricante automóvel.
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Menos recursos vão implicar uma redução da produção de veículos de cerca de 25%, dos 4 milhões de 2019 para 3,1 milhões em 2025.
O grupo Renault estará alinhado em quatro marcas estratégicas: Renault; Dacia-Lada; Alpine; Mobilize.
Na marca-mãe, pelo menos 35% dos automóveis serão híbridos e metade dos lançamentos irão corresponder a veículos totalmente elétricos. A Renault também quer desenvolver o seu motor tecnológico, criando uma "República do Software". Também haverá uma fábrica dedicada à economia circular, em França.
Na Dacia-Lada, passará a haver apenas uma plataforma para construir automóveis - em vez de 4 - e vão chegar modelos a GPL e a mesmo um veículo elétrico.
A Alpine será a unidade desportiva do grupo, concentrando a produção das versões mais desportivas e ainda assegurando a participação no campeonato do mundo da Fórmula 1. Esta marca também vai desenvolver cada vez mais automóveis elétricos e criar uma nova geração de desportivos elétricos com a Lotus.
A Mobilize será a nova unidade do grupo Renault, dedicada a novas soluções de mobilidade e que pretende gerar 20% das receitas até 2030. Isto será possível através da criação de veículos específicos para partilha, transporte de passageiros ou mesmo para as entregas.
"A Renaultion resume-se a mover toda a empresa dos volumes para os valores. Mais do que uma inversão de marcha, é uma profunda transformação no nosso modelo de negócio. Vamos passar a ser uma empresa automóvel que trabalha com tecnologia para uma tecnológica que trabalha com carros", sinaliza o presidente executivo da Renault, Luca de Meo, citado em comunicado.