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O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) defendeu esta segunda-feira, 30, que o bónus que a presidente-executiva da TAP irá receber, caso cumpra os objetivos inscritos no plano de reestruturação da companhia, permitiriam "atenuar a rigidez financeira imposta aos trabalhadores do grupo TAP, assim como aliviar um pouco mais os cortes".
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O sindicato que representa os tripulantes de cabine da transportadora aérea diz lamentar ter sabido pela imprensa que Christine Ourmières-Widener terá, alegadamente, direito a um prémio de dois milhões de euros caso as metas do documento assinado Bruxelas sejam atingidas, conforme avançou ontem Correio da Manhã.
A estrutura sindical sublinha não querer entrar "na demagogia dos números" uma vez que são estas "especificidades da indústria" que diferenciam a aviação de outras profissões, mas aponta o dedo ao facto de os trabalhadores não auferirem de condições idênticas.
"De facto, o que nos choca, sim, é a existência dele, do bónus, sobretudo quando os "lucros históricos" são sustentados nos cortes aos Trabalhadores do grupo, quando há associados que vivem em condições dramáticas e quando persiste a precariedade laboral na nossa empresa", acusa o SNPVAC num comunicado interno.
O sindicato liderado por Ricardo Penarroias questiona ainda a ausência de respostas da gestora francesa aquando da sua ida recente ao Parlamento para prestar esclarecimentos aos deputados, no âmbito de um requerimento potestativo apresentado pelo Chega,
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Christine Ourmières-Widener admitiu aos deputados, a 18 de janeiro, ter contratualmente direito a receber um bónus em 2025 sem, no entanto, esclarecer qual é o valor definido.
"Comprova-se uma vez mais que não são os Acordos de Empresa os responsáveis pela situação financeira da TAP e que a ânsia da sua renovação não advém por serem antigos, mas por afastar, e muito, possíveis interessados e condicionar prováveis bónus da Administração", acusa.
Trabalhadores aguardam 48 milhões de euros para alívio dos cortes
Ainda na mesma nota, o SNPVAC diz aguardar o investimento de 48 milhões de euros em remunerações aos trabalhadores, "para alívio dos cortes salariais", conforme anunciado recentemente numa mensagem interna da CEO da TAP.
"O SNPVAC recorda a administração da sua comunicação Interna de dia 19 de janeiro: aguardamos os 48 milhões de euros prometidos aos trabalhadores do Grupo TAP, que estariam suspensos, caso tivesse ocorrido a Greve do PNC TAP. Como tal não ocorreu, aguardamos que a empresa venha a proceder ao prometido "alívio dos cortes salariais efetuados", mediante o crescimento económico e operacional da TAP", pede.