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A estratégia de investimento da Amazon no retalho físico vai dar um salto com uma nova abordagem da gigante do e-commerce: a abertura de grandes espaços de retalho semelhantes a lojas de departamento. Os planos, noticiados pelo Wall Street Journal, que cita fontes próximas do processo, apontam para a Califórnia e Ohio como os primeiros estados onde estas lojas de departamento Amazon serão abertas.
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O passo vem no seguimento de uma investida concertada da Amazon no retalho físico. A empresa comprou a cadeia de supermercados Whole Foods em 2017 e em 2020 começou a abrir supermercados com a sua própria marca, Amazon Fresh, além de várias lojas de conveniência com check-out automático, Amazon Go, livrarias Amazon Books e as lojas de eletrónica e brinquedos Amazon 4-star.
Agora, a ideia é abrir espaços com cerca de 2800 metros quadrados, onde serão vendidos vários tipos de produtos - incluindo roupas, mobília e eletrónica de marca própria.
Com um novo CEO ao comando, depois de Jeff Bezos ter deixado o cargo em julho, a empresa quer expandir a sua influência no mercado num momento em que acaba de ultrapassar a Walmart como maior retalhista do mundo fora da China.
A estratégia é relevante no pós-pandemia, uma vez que muitos centros comerciais e complexos de retalho fecharam ou estão em dificuldades - uma situação que já vinha ocorrendo há algum tempo, bem antes da emergência de saúde causada pela covid-19.
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Só em 2020, entraram com pedidos de falência os retalhistas J.C. Penney, Neiman Marcus, Lord & Taylor e Stage Stores. Esta última foi totalmente liquidada. A própria Amazon teve um papel importante na reordenação do comércio, tendo contribuído de forma decisiva para a erosão do negócio de múltiplos retalhistas.
Mas o que os analistas estão a verificar neste período de retoma pós-pandemia é que os consumidores têm vontade de voltar às lojas, e isso reflete-se nos fortes resultados de tráfego pedonal e receitas que estão a ser reportados nos últimos meses.
Na conferência com analistas sobre os resultados trimestrais do segundo trimestre, no início de agosto, o CEO do Simon Property Group, David Simon, falou disso mesmo. O grupo, o que detém mais centros comerciais nos Estados Unidos, reviu em alta as previsões anuais e David Simon deixou bem claro que "o retalho físico está aqui para ficar."