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O ano não começa da melhor forma para a Alphabet, casa-mãe da Google, que acaba de reportar uma queda significativa dos lucros no quarto trimestre de 2022. Em cima de receitas de 76 mil milhões de dólares, apenas 1% mais que no mesmo período do ano anterior, os lucros líquidos da empresa caíram 34% para 13,62 mil milhões de dólares.
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Foi uma derrapagem que se deveu sobretudo à redução nas receitas publicitárias, com destaque para a má performance do YouTube. A maior rede mundial de partilha de vídeos registou uma quebra de 8% nas receitas, para 7,96 mil milhões, o que ficou aquém do esperado pelos analistas.
É uma diferença importante num momento em que o YouTube está a ser desafiado pela concorrência da app chinesa TikTok e os seus vídeos curtos. Na conferência com analistas que se seguiu à apresentação de resultados, o CEO Sundar Pichai disse que o produto YouTube Shorts, desenhado para competir nesta arena, tem agora 50 mil milhões de visualizações diárias.
Também a divisão Google Search - a galinha dos ovos de ouro da empresa - caiu ligeiramente, -2% para 42,6 mil milhões de dólares.
Já a unidade de nuvem Google Cloud cresceu 32% para 7,32 mil milhões de dólares, mas acabou por ficar abaixo da expectativa porque os analistas esperavam melhor.
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Esta apresentação pouco entusiasmante da Alphabet chega no rescaldo do despedimento de 12 mil empregados e dos desafios potenciais na área da Inteligência Artificial generativa, nomeadamente com o sucesso do bot ChatGPT. O CEO Sundar Pichai aludiu a esse foco na empresa.
"Os nossos investimentos de longo prazo na ciência de computação profunda torna-nos extremamente bem posicionados à medida que a IA atinge um ponto de inflexão, e estou entusiasmado pelos saltos impulsionados pela IA que estamos prestes a revelar na Search e para lá disso", afirmou.
No global de 2022, as receitas subiram 10% mas os lucros também caíram de forma estrondosa - passaram de 76,03 para 59,9 mil milhões de dólares, uma redução na ordem dos 21%.
"Temos um trabalho significativo em curso para melhorar todos os aspetos da nossa estrutura de custos, de forma a apoiar os investimentos nas nossas maiores prioridades de crescimento para entregar crescimento lucrativo e de longo prazo", disse a diretora financeira Ruth Porat, no comunicado de resultados.
As ações da Alphabet caíram mais de 4% nas trocas fora de horas depois da apresentação esta quinta-feira. A empresa não esteve só no desaire: também a Apple e a Amazon desapontaram com os números do quarto trimestre. Esta não foi uma boa semana para as FAANG, à exceção da Meta (o F do acrónimo de quando era Facebook), que reportou resultados um pouco acima das previsões.