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Capaz de analisar e escrever textos até 25 mil palavras, manter diálogos mais consistentes com seres humanos e, até, passar o exame para a Ordem dos Advogados norte-americana ficando "entre os 10% melhores". Estas são algumas das aptidões da nova versão do sistema de inteligência artificial ChatGPT, a 4, apresentada na terça-feira e lançada ao público esta quarta, sob subscrição.
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Além das capacidades de análise e geração de texto com base nos pressupostos introduzidos pelos utilizadores, o GPT-4 é ainda capaz de "ler e escrever" em qualquer linguagem de programação informática existente.
"O GPT-4 é menos capaz do que os seres humanos em muitos cenários da vida real, mas tão bom quanto eles em muitos contextos profissionais e académicos", descreve a OpenAI, a tecnológica criadora do sistema, num comunicado, citado pela AFP. E dá um exemplo: "Ele foi aprovado no exame para se tornar advogado com uma pontuação tão boa quanto os 10% melhores. A versão anterior, o GPT 3.5, tinha ficado ao nível dos 10% piores".
A startup sediada na Califórnia tornou público o ChatGPT em 2022, e desde então o sistema -- um chatbot de inteligência artificial (IA) regenerativa -- não tem parado de evoluir rapidamente. Além disso, despertou o interesse da Microsoft, que investiu 10 mil milhões de dólares na OpenAI para integrar o GPT nos seus serviços, nomeadamente no motor de busca Bing.
Este, aliás, está já desde o início de fevereiro a utilizar o GPT-4, tal como o DN escreveu na altura e foi esta terça-feira comprovado pela Microsoft: "Confirmamos que o novo Bing está a correr o GPT-4, que personalizámos para busca", anunciou a Microsoft na terça-feira. "Se utilizou a nova versão do Bing em qualquer momento nas últimas cinco semanas, já experimentou uma versão inicial desse poderoso modelo."
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O motor de busca Bing e o navegador Edge, também da Microsoft, serão aliás as formas gratuitas, pelo menos nesta fase, que os utilizadores terão disponíveis para utilizar o GPT-4, uma vez que a OpenAI está a disponibilizar este serviço avançado apenas para subscritores (20 dólares mensais).
Mas apesar de todo o seu potencial, o GPT está longe de ser perfeito. Comete ainda muitos erros de lógica e por vezes factuais. "Ainda não é completamente confiável: inventa factos e comete erros de raciocínio", admite a OpenAi.
Por isso, contratou mais de 50 especialistas para avaliar os novos perigos que poderiam surgir, por exemplo, para a cibersegurança, além dos já conhecidos - geração de conselhos perigosos, código informático defeituoso, informação falsa, etc. -, para tentar minimizar o problema.
Quanto ao futuro, passa por fazer evoluir o GPT para que consiga também interpretar imagens, além de texto. E também, nesse campo, a OpenAI tem vasta experiência, já que uma das ferramentas de IA de geração de imagens a partir de descrição escrita, a Dall-E, é uma criação sua. Será, enfim, pôr as duas inteligências a "conversar" uma com a outra.