- Comentar
Duas das maiores e mais influentes empresas da Big Tech norte-americana, Alphabet e Microsoft, apresentaram resultados trimestrais encorajadores esta terça-feira. A Alphabet, casa-mãe da Google, deu um salto de 41% nas receitas para 65,1 mil milhões de dólares, acima do que era esperado pelo mercado. A Microsoft conseguiu contornar os problemas logísticos que têm assolado a indústria e reportou uma subida de 22% nas receitas, para 45,3 mil milhões, também melhor que o mercado previa.
Relacionados
Google Search em alta
O bom desempenho da Alphabet, que também se refletiu num crescimento dos lucros para 18,9 mil milhões de dólares, foi impulsionado pela robustez da publicidade digital, numa altura em que é clara a retoma das atividades económicas e das viagens pós-pandemia. Isto teve um impacto positivo na divisão de Pesquisa da Google, que cresceu 44% e gerou 37,9 mil milhões de dólares em publicidade. Os anúncios também cresceram no YouTube (+43% para 7,2 mil milhões de dólares) e outras propriedades da Google. O negócio da publicidade, de longe, o que mais contribui para as receitas da empresa, cresceu de 37 para 53,1 mil milhões de dólares neste período.
Os números são relevantes porque mostram que a Google, ao contrário do que está a suceder com o Facebook, não será muito afetada pelas mudanças de privacidade efetuadas pela Apple no seu sistema operativo. A empresa apresentou recentemente uma versão redesenhada das suas ferramentas de pesquisa, com tecnologias de Inteligência Artificial (IA) no centro da renovação. Na conferência com analistas que se seguiu à apresentação de resultados, o CEO Sundar Pichai fez referência a isso.
"Há cinco anos, apresentei a nossa visão de nos tornarmos uma empresa que dá prioridade à IA. Os resultados deste trimestre mostram como os investimentos nela nos estão a permitir construir produtos mais úteis para as pessoas e para os nossos parceiros", afirmou. O CEO falou ainda das "melhorias contínuas" no motor de busca e da importância do Google Assistant.
Crescimento da nuvem impulsiona gigantes
Outro destaque do trimestre foi o crescimento do negócio da Google Cloud. Apesar de uma dimensão mais modesta em comparação com as outras divisões da Alphabet, inchou de 3,4 para 4,99 mil milhões de dólares numa altura de grande dinamismo na transformação digital das empresas, devido às mudanças impostas pela pandemia de covid-19. Sundar Pichai também fez referência a esse impacto e à mudança para o "trabalho híbrido", garantindo que os serviços na nuvem da Google "estão a ajudar as organizações a colaborarem e a manterem-se seguras.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Esta aceleração da procura por serviços na nuvem é transversal ao sector e isso foi particularmente visível nos resultados da gigante Microsoft, uma das principais concorrentes da Google nesta área (além da Amazon, que apresenta os resultados trimestrais na quinta-feira).
Com uma subida de 36% no negócio cloud, a Microsoft vai mais à frente da Google - encaixou 16,98 mil milhões de dólares nesta unidade, embora o total de receitas da empresa tenha sido inferior ao da rival de Mountain View (45,3 mil milhões).
Em comunicado, o CEO da empresa, Satya Nadella, disse que a Microsoft Cloud "entrega as ferramentas e plataformas ponta a ponta de que as organizações precisam para navegar este momento de transição e mudança." O negócio cloud da Microsoft é agora o mais importante para a empresa, com perspetivas de aceleração. "A tecnologia digital é uma força deflacionária numa economia inflacionária", disse Nadella.