- Comentar
O crescimento do mercado de serviços na nuvem pública em 2020 permitiu à Microsoft alcançar a Amazon Web Services (AWS) no topo das receitas.
Relacionados
Andy Jassy. Sucessor de Jeff Bezos fincou carreira na nuvem
Miguel Alava: "A AWS está a investir no futuro da comunidade tecnológica portuguesa"
De acordo com o relatório da consultora IDC sobre o mercado mundial, as duas gigantes partilham agora a liderança com 12,8% de quota, em termos de receitas geradas pelos serviços na nuvem pública. É uma posição significativa, já que em 2020 este mercado deu um salto de 24,1% para 312 mil milhões de dólares (258 mil milhões de euros).
O feito da Microsoft deveu-se à expansão do seu portfólio de ofertas, especialmente no que toca a Software-como-Serviço (SaaS) e Software-de-Infraestrutura-de-Sistema-como-Serviço (SISaaS).
No global, as cinco maiores fornecedoras - AWS, Microsoft, Salesforce, Google e Oracle - representam 38% do mercado mundial, crescendo a um ritmo de 32% ao ano.
O relatório da IDC mostra como a pandemia de covid-19 influenciou o mercado.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
A transição para a nuvem já estava a acelerar quando a crise obrigou o mundo a aumentar a velocidade e a adiantar os planos de digitalização, algo que foi reconhecido quase imediatamente nos primeiros meses da pandemia. Segundo a consultora, este mercado inclui, além de SaaS e SISaaS, a Infraestrutura-como-Serviço (IaaS) e a Plataforma-como-Serviço (PaaS).
O vice-presidente de pesquisa, Rick Villars, explicou que estas soluções permitiram a muitas empresas sobreviverem à crise gerada pela pandemia. "O acesso a infraestrutura, dados e recursos de aplicações partilhados em nuvens públicas teve um papel fulcral ao ajudar organizações e indivíduos a navegarem as disrupções do último ano", afirmou.
"Nos próximos anos, a capacidade de as empresas governarem um crescente portfólio de serviços na nuvem será a base para introduzir maior automação no negócio e processos de TI ao mesmo tempo que se tornam mais digitalmente resilientes", sublinhou Rick Villars.
Os segmentos que cresceram de forma mais significativa foram os de IaaS e PaaS, algo que, segundo a IDC, coloca em destaque "a crescente dependência das empresas numa base construída em infraestrutura de nuvem, dados definidos por software, soluções de computação e governança-como-serviço, e plataformas nativas em nuvem para implementação de aplicações internas de TI."
IaaS, PaaS e SISaaS representam metade do mercado global, espelhando o aumento da procura por soluções que aceleram e automatizam o desenvolvimento de aplicações.
Ainda assim, o segmento SaaS continua a ser o maior e mais maduro, valendo 123 mil milhões de euros. Muitas empresas tiveram de acelerar a substituição de aplicações de negócio obsoletas por soluções Software-como-Serviço, modernizando-as para uma arquitetura na nuvem.
Nas contas da IDC, a Salesforce tem 9,3% das receitas em SaaS, enquanto a Microsoft capta 8,7%, a SAP 4,7%, a Oracle 4% e a Google 3,8%. Este segmento tem, no entanto, uma pulverização bastante significativa, com muitas empresas pequenas a oferecerem soluções específicas. Quase 70% do mercado é distribuído entre fornecedoras fora do top cinco.
Na combinação de IaaS, SISaaS e PaaS, acontece algo semelhante em quase metade do mercado. Aqui, todavia, a AWS lidera destacada com 24,1%, seguida da Microsoft com 16,6%, da Google com 4,2%, Alibaba com 3,7% e IBM com 2,8%.