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Soluções tecnológicas e digitais para problemas específicos dos escritórios e da banca. Foi este o resultado da 1.ª edição do TecInnov Santander Innovators Challenge, um desafio lançado pelo banco aos alunos e investigadores do Instituto Superior Técnico (IST), que culminou esta quarta-feira, 18 de novembro, com a apresentação e seleção de quatro projetos vencedores. Inovador foi o facto de os projetos terem sido desenvolvidos com a comunidade académica do IST em colaboração próxima com mentores e tutores do Santander.
"Neste programa, o Santander desafia um grupo de melhores alunos do Instituto Superior Técnico a desenvolver um projeto que se aplica à banca e que tem características digitais e técnicas bastante específicas", explicou Sofia Menezes Frère, diretora-geral do Santander Universidades, a área do banco vocacionada para fazer a ponte entre esta instituição financeira e os estabelecimentos de ensino superior.

Sofia Menezes Frère, diretora-geral do Santander Universidades, integrou o júri do desafio.
© Santander Universidades
A responsável conta que os projetos agora selecionados foram as respostas encontradas para algumas necessidades sentidas pelo banco. Por exemplo, enumera, "a questão da gestão dos parques de estacionamento - que foi um dos projetos e que é um tema relevante para as empresas, nomeadamente quando os estacionamentos ficam livres porque as pessoas foram de férias e outros colaboradores não os podem ocupar -, como também outros projetos de conforto dos colaboradores e experiência de clientes".
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De facto, dos quatro projetos selecionados, dois - o SensEfficiency e o Comfort Dash - abordaram a questão do conforto térmico dos funcionários do Santander ao trabalharem nos open spaces que caracterizam as instalações da sede e agências do banco. Mas enquanto o SensEfficiency pende mais para a compatibilização desse conforto com "uma manutenção preventiva das unidades e equipamentos de ar condicionado (AVAC)", com vista a obter uma maior eficiência energética, o Comfort Dash propõe uma solução virada para a realocação dos lugares de trabalho de modo a deixar mais confortável cada colaborador individual. Tudo graças a "uma plataforma que permite, através de uma simples votação, recolher dados conjuntamente com outras potenciais sugestões de modo a realocar os assentos".
Em ambos os casos, as soluções encontradas dependem de uma rede de sensores, sistemas integrados e recolha e análise de dados das mais diversas fontes, daí a sua vertente tecnológica e digital.
Outro dos projetos selecionados, abordou a gestão e otimização dos espaços de garagem do banco e oferece uma "solução de smart parking, utilizando a combinação de tecnologias de Big Data, IoT e sensores". Trata-se, pois, de um um sistema inteligente de alocação de lugares de estacionamento em tempo real, que tem em conta o histórico de ocupação e o calendário da empresa relativamente a férias, licenças, trabalho externo e ao teletrabalho, a que tanto se recorre em tempos de pandemia.

A apresentação dos projetos foi feita por vídeoconferência, com a participaçao de candidatos, tutores e membros do júri.
© IST
Por fim, o quarto projeto selecionado, Consumer Experience 4.0, foca-se na "captura, avaliação e report automático da experiência do cliente durante a sua permanência no interior da agência bancária - desde a entrada, à espera, passando pelo atendimento e terminando com a saída". Para isso são criados dispositivos de monitorização e medição da expressão corporal dos clientes e da eficiência do atendimento e dos materiais publicitários. Para tal, serão usadas câmaras, sistemas de inteligência artificial e técnicas de deep learning.
"Portanto, teve tudo a ver com, por um lado, a área comercial do serviço a clientes e, por outro, também, com a própria eficiência e bem-estar dos colaboradores", resumiu Sofia Menezes Frère.
A apresentação oficial dos projetos "vencedores" decorreu ao longo da tarde de quarta-feira, por videoconferência (devido ao atual contexto pandémico), em que participaram os grupos de alunos candidatos e os tutores e mentores dos mesmos. "Agora vamos avaliar e ver o potencial de implementação de cada um destes projetos", avançou a responsável do Santander Universidades.
Saldo positivo
Para Sofia Menezes Frère, esta 1.ª edição do TecInnov Santander Innovators Challenge saldou-se por um verdadeiro êxito. "Todos os projetos foram uma excelente experiência para todos os envolvidos. E, quando eu digo todos os envolvidos, refiro-me também ao próprio envolvimento dos colaboradores do banco, porque houve vários que foram tutores ou mentores destes grupos", frisou a diretora-geral do Santander Universidades.
Como explicou a responsável, "um dos objetivos do banco é exatamente a proximidade com os estudantes e com as universidade e, portanto, desenvolver o espírito empreendedor dos alunos". A este desígnio junta-se ainda a crescente digitalização da economia, que, afirma Sofia Menezes Frère, tem um enorme impacto na atividade empresarial e, naturalmente, na banca. E como o banco a que pertence quer "estar cada vez mais próximo dos clientes, com soluções práticas e facilitadoras para as suas necessidades, isso implica uma constante evolução técnica". Daí este tipo de iniciativas por parte do Santander.
"Como empresa e como um dos grandes bancos, queremos aumentar a nossa capacidade de atrair talento e, este, com skills bastante específicas", Sofia Menezes Frère, diretora-geral do Santander Universidades
"Ora, se nós abrirmos as portas aos potenciais melhores profissionais que, naturalmente, existem nas universidades do país, estamos mais próximos para reconhecer e recrutar talento que nos possa apoiar este processo de transformação digital crescente que estamos a viver", disse Sofia Menezes Frère.
"Portanto, por um lado, damos a oportunidade aos estudantes de viverem uma experiência completamente diferente daquilo a que estão habituados e, por outro, nós, enquanto banco, ficamos mais próximos desta geração que tem enormes valências e muita complementaridade com a nossa própria equipa", concluiu.
Sofia Menezes Frère admite, assim, que a captação de talentos digitais para o Santander foi uma das motivações do lançamento deste desafio. "Como empresa e como um dos grandes bancos, queremos aumentar a nossa capacidade de atrair talento e, este, com skills bastante específicas".
Razão por que o primeiro Santander Innovators Challenge foi lançado ao IST. "Este foi muito direcionado para o Técnico pelas próprias especificidades ligadas à tecnologia, à inovação e à digitalização, uma vez que nós queríamos tomar contacto com estes jovens com estas características mais específicas", admitiu Sofia Menezes Frère. "Mas é um processo que poderá ser replicado, se calhar com algumas vertentes um bocado diferentes, e que já o é em outras instituições do ensino superior, naturalmente", afirmou.