U.Porto Inovação investe 60 mil euros em projetos de investigação

Programa BIP Proof revelou os seis projetos a financiar em 2021 pelos mecenas Santander Universidades e Fundação Amadeu Dias. Cada um recebe 10 mil euros para aplicar na sua investigação,

Os projetos vencedores concurso BIP Proof, programa desenvolvido no seio da U.Porto Inovação, foram recentemente decididos. Ao todo estão em jogo 60 mil euros, já que foram selecionados seis projetos científicos e todos eles recebem um valor monetário de 10 mil euros para aplicarem ao desenvolvimento da sua investigação, graças ao apoio do Santander Universidades e da Fundação Amadeu Dias.. A decisão foi tornada pública no passado dia 17 de novembro, após a sessão de apresentação online dos vencedores da edição de 2021, a que se juntou também a dos galardoados da edição de 2020.

O principal objetivo do Business Ignition Program (BIP) Proof é o apoio a projetos de provas de conceito (proof of concept) e de maturação dos resultados de investigação mais promissores desenvolvidos no âmbito da U. Porto Inovação da Universidade do Porto e entidades participadas, visando a sua transferência para o tecido económico e sociedade.

Essas provas de conceito podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado.

A avaliação foi levada a cabo pela por elementos da J.Pereira da Cruz, Patentree, Portugal Ventures e UPTEC, tendo a U.Porto Inovação compilado os resultados e os projetos escolhidos foram seis.

1 - SAFENERGY

É uma solução de reforço integrado sísmico e térmico para fachadas de edifícios de betão armado, que permitirá uma "mudança de paradigma no que toca às intervenções de reabilitação neste tipo de edifícios". Pretende-se que esta solução, além de inovadora e em conformidade com as necessidades do mercado, seja de "custo reduzido, fácil aplicação e acompanhada por uma metodologia aplicável por qualquer engenheiro projetista".

O SAFEENERGY foi o o projeto que obteve a melhor classificação. "Cerca de 40% dos edifícios situados em zonas de média-alta perigosidade sísmica da União Europeia foram dimensionados, utilizando regulamentos com baixas exigências de segurança, sendo que 65% destes necessitam de melhorias de eficiência energética", explica André Furtado, investigador da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e líder do projeto.

2 - ProbioVaccine

É uma arma contra as doenças dos peixes. "As vacinas orais são uma necessidade cada vez maior da aquacultura, dada a complexidade de vacinar peixes por via injetável", explica Cláudia Serra, investigadora responsável pelo projeto.

Desenvolvido no CIIMAR - Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental , o pr.jeto ProbioVaccine responde igualmente a uma necessidade premente, já que a aquacultura um setor em crescimento.

3 - Soli@uto

A finalidade é criar baterias mais seguras e potentes. Dinamizado por uma equipa liderada por Helena Braga, da da Faculdade de Engenharia da U.Porto, o Soli@uto é um conjunto de de "dispositivos de recolha e armazenamento de energia que podem acumular energia térmica e elétrica, uma vez que usam um eletrólito de vidro que é, também, um ferro elétrico, e por isso polariza espontaneamente a uma certa temperatura", explica a investigadora.

A principal mais-valia da tecnologia é que estas são baterias extremamente seguras e que podem ser utilizadas desde temperaturas negativas até aos 180ºC "sem problemas associados", refere Helena Braga. Além disso, permitem um carregamento rápido (menos de 15 minutos) e têm uma elevada densidade de energia.

4 - SpecTOM

Com o objetivo de fazer agricultura de precisão, esta tecnologia efetua o diagnóstico "precoce e de alto débito, "in-situ" e "in-vivo", utilizando uma plataforma robotizada (Metbots) e um instrumento de espetroscopia de última geração da "inteligência das coisas".

Desenvolvida por uma equipa multidisciplinar do INESC TEC e de outras unidades de investigação da U.Porto, a tecnologia SpecTOM apresenta-se como uma inovadora plataforma tecnológica de "tomografia metabólica não invasiva, para análise molecular baseada em espetroscopia".

5 - NanoPyl

Desenvolvido pela investigadora Paula Parreira, trata-se de um tratamento alternativo aos antibióticos "para a infeção gástrica provocada pela bactéria Helicobacter pylori". Criado no INEB/i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, em colaboração com a Faculdade de Farmácia da U.Porto, o NanoPyl surge então como uma estratégia não baseada em antibióticos e com um preço muito acessível.

A bactéria Helicobacter pylori "infeta cerca de 50% da população mundial e a sua prevalência em Portugal é "muito frequente", avançou a investigadora.

6 - BBIT20

O projeto BBIT20, uma iniciativa liderada por Lucília Saraiva, docente e investigadora da FFUP e do LAQV/REQUIMTE que visa combater o cancro da mama e do ovário. Da sua investigação deverá resultar "o primeiro supressor da recombinação homóloga capaz de inibir a interação BRCA1/BARD1", disse a investigadora numa notíciaa publicada no site da U.Porto.

Simplificando, a BRCA1 é uma "proteína supressora tumoral com um papel chave na reparação de danos no DNA". A inibição da interação BRCA1/BARD1 conduz à perda de função da BRCA1 e à acumulação de erros nas vias de reparação do DNA. Em contexto clínico, a contínua reparação do DNA nos tumores está associada a quimiorresistência e, portanto, ao insucesso das terapêuticas oncológicas.

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