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Da ideia "better and better" (melhor e melhor, em tradução livre) nasce a Bettery, startup portuguesa de biotecnologia dedicada a soluções de nutrição de origem vegetal, fundada em plena pandemia por Alexandre Pita de Abreu e surgida de um processo de amadurecimento da ideia de uma marca baseada em ciência, em conjunto com Filipe Teixeira, doutorado em nutrição e fisiologia do exercício.
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"A partir do momento em que comecei a cuidar do meu corpo, tornei-me consumidor de suplementos. Mas, as alternativas que encontrava no mercado não me satisfaziam por completo, o que me levou a, numa das consultas de nutrição com o doutor Filipe Teixeira, começar a discutir sobre aquilo que poderia ser uma marca baseada em ciência, que tivesse impacto na performance física e mental do cidadão", conta o CEO da Bettery, Alexandre Pita de Abreu.
A marca de suplementos alimentares tem sede no Lagoas Park, em Oeiras, e conta com um laboratório, zona de performance e zona técnica. É no LifeLab onde especialistas em nutrição e bioquímica fazem investigação, desenvolvem os produtos, asseguram a sua qualidade e testam-nos em humanos. Já a zona de performance consiste num ginásio equipado com aparelhos de ponta, que permitem medir vários parâmetros do ser humano (como força, resistência e carga máxima suportada), perceber quais as suas necessidades e acompanhar a sua jornada.
Proteínas vegetais, barras proteicas, aveias instantâneas ou em flocos, cápsulas de bebidas para dormir melhor e até comprimidos de imunidade são alguns dos produtos que fazem parte da oferta da startup. Contudo, não sendo a suplementação uma novidade, o que diferencia esta de outras marcas no mercado? Além de ser uma solução 100% plant-based, o segredo "está dentro do invólucro, na qualidade da matéria-prima utilizada", diz o fundador. O saber-fazer e o capital humano são também elementos de diferenciação, aos olhos de Alexandre Pita de Abreu.
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Quanto ao posicionamento e alcance da marca, o CEO afirma que, com o mercado a crescer dois dígitos, "há muita oportunidade para diversificar e crescer". "Queremos posicionar-nos num segmento mais premium, onde o número de players a competir é menor", isto porque "temos propriedade intelectual sobre o que formulamos e escolhemos fabricantes de mais alta qualidade, do norte da Europa", explica.
Ter lançado um negócio no pico de uma pandemia é prova "da crença de que este é um projeto não compaginável com conjunturas", observa o fundador, notando que os benefícios e o potencial do mercado "ultrapassam largamente" os acontecimentos que temos vivido.
Com um investimento de pouco mais de dois milhões de euros, em que a Pita de Abreu e a Flexdeal foram os parceiros-chave, a Bettery tem-se focado, no seu ano e meio de vida, a construir o negócio, revela. "Precisávamos de criar uma equipa, construir uma marca, desenhar e formular produtos, empacotá-los e pô-los no mercado".
A época de vendas iniciou-se em novembro de 2021 e o primeiro contrato a ser fechado foi com uma gigante do e-commerce. "Fomos à Amazon quase ainda sem produto, com a marca ainda a ser lapidada, com a intenção de conseguir um contrato para a Espanha, para servir a Ibéria. Voltámos com cinco mercados: o inglês, alemão, italiano, francês e espanhol".
À data, os produtos da Bettery estão à venda online, através da sua página oficial, Worten Online e canais de especialidade ibéricos, e fisicamente, na cadeia de supermercados Auchan e rede Galp. Em negociações estão, além de um canal de especialidade online do Médio Oriente e a loja física da Worten, as restantes cadeias de retalho nacionais revela o CEO da empresa.
A Bettery pretende dar continuidade ao seu plano de expansão e faturar um milhão de euros em 2022. "Queremos colocar Portugal no mapa e ser um agente dinamizador da economia, apoiar as exportações portuguesas e mostrar que somos tão bons como os melhores (lá fora) a fazer este tipo de produto. Somos uma marca nacional, mas procuramos ser globais", termina Alexandre Pita de Abreu.