O fundo de co-investimento 200M, gerido pela PME Investimentos, flexibilizou as regras para conceder financiamento às startups. Esta é uma das medidas apresentadas pelo governo – de um conjunto de sete – para ajudar estas empresas a driblarem um pouco os efeitos da pandemia.
As empresas, um pouco por todo o mundo, enfrentam dificuldades fruto da pandemia de covid-19. Ao contrário do que aconteceu na crise da dívida soberana, esta crise está a afetar grande parte do mundo e os principais mercados tradicionais, quer de exportação, quer de captação de investimento, debatem-se igualmente com uma crise. Isto para as empresas nacionais representam desafios acrescidos uma vez que vêm os seus principais mercados com as portas fechadas ou apenas entreabertas. Para as startups, muitas com poucas ou nenhumas vendas ainda, fortemente alavancadas em capital de risco, os desafios são ainda maiores e captação de novos investimentos tarefa difícil.
Por isso, o governo lançou esta semana sete medidas. Uma delas é a flexibilização das condições de concessão de investimento através do fundo 200M. Até aqui, este mecanismo – que co-investe em rondas seed, série A e série B – para voltar a investir numa empresa exigia que esta encontrasse 20% do capital da nova ronda junto de investidores novos. A partir de agora, e pelo menos até dezembro, essa regra deixa de aplicar-se.
“Face à situação atual, e pelo menos até dezembro, foi considerado que esses 20% não iam ser uma regra que se mantivesse. Isto tem duas vantagens: quer para as empresas que já foram ao 200M e queiram reforçar - podem reforçar com o 200M e com os mesmos investidores em parceria - ou outras empresas, que já tiveram investimento e que queiram agora ter investimento dos mesmos investidores também podem ir ao 200M, sem terem de procurar novos parceiros”, diz ao Dinheiro Vivo Marco Fernandes, da PME Investimento.
O fundo 200M foi criado há menos de dois anos já investiu em 10 startups em parceria com mais de 20 investidores privados de 14 países, no montante global de 70 milhões de euros. Esta dezena de empresas é responsável por mais de 3400 empregos e são de áreas como ciências da vida, biotecnologia, comércio eletrónico, fintech, entre outras.
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Destes dez investimentos que o 200M já realizou, três são novos. Um deles foi na britânica Lineten, que abriu em Portugal - na cidade do Porto, no campus da Farfetch - uma unidade. Esta startup tem uma plataforma logística que estabelece, em tempo real, uma ligação entre empresas e vários distribuídores logísticos. Assim, as empresas que fazem distribuição de produtos, aos seus clientes, numa escala regional/local podem utilizar a plataforma da Lineten e selecionar os distribuidores logísticos que melhor se adaptam às suas necessidades.