Ricardo Araújo Pereira: "Facebook banalizou-se tanto que até Cavaco tem"

Há lugar para as pequenas empresas no sector das industrias criativas? Foi esta a pergunta hoje feita na Universidade Católica do Porto. Tiago Gama Rocha, investigador da UT Austin, um dos convidados, abordou os novos formatos de informação e novas plataformas de documentário, o web documentário. bem como os financiamentos desses projetos.

"Na revolução industrial havia muito poucos a falar para muitos, agora são muitos a falar para muitos, em total interação", referiu Tiago Gama Rocha, apelando a uma maior interação de projetos no interior da própria Universidade.

Paulo Frias, professor auxiliar e investigador do Departamento de Jornalismo e Ciência da Comunicação da FLUP, e subdiretor do P3, do Público, falou sobre esse mesmo projeto, que existia em papel, que agora foi abandonado.

Projeto jornalistico que foi "relançado em rede, para o público jovem, em colaboração com a universidade, que é uma novidade em Portugal, e passa a ser um projeto de experimentação do jornalismo".

O desafio foi saber como queriam a informação e "a resposta foi: tudo e por tópicos", daí a ideia "do site horizontal, com alguma hierarquia, e o menu muito reduzido".

O humorista Ricardo Araújo Pereira, foi falar do projeto Gato Fedorento "que nunca foi um projeto elaborado", o que "aconteceu foi que tudo aconteceu para nos correr bem".

No início, recordou, "escrevíamos para atores a sério, e havia problemas com os produtores, que consideravam aquilo lixo, o que era verdade em alguns casos. Pegámos nesse lixo e fizemo-lo para nós, na SIC Radical, e podíamos fazer porque trabalhavamos para o Herman".

"O que nos aconteceu foi sorte", admitiu Ricardo Aarújo Pereira. "Tentámos perceber foi se teríamos graça a dizer as piadas que escrevíamos para o Herman, que seduzia o público com os nossos textos".

Quando questionado sobre a preparação ou a inspiração, o humorista respondeu que é a preparação a base do seu trabalho, "o improviso é zero; isso é quando estou ao computador, improviso dez para aproveitar quatro. O essencial é escrever o texto, interpretar é secundário".

Quanto à questão da televisão e dos novos formatos, Tiago Gama Rocha acredita que vão transformar-se com os tempos para criarem projetos para a web, com novas narrativas que vivem apenas na web.

Paulos Frias, questionado sobre o jornalismo online, disse que a sua "visão ainda pouco entusiasmante, na sua maioria tem sido uma farsa, é a adaptação dos conteúdos de tv e radio e não são pensados para esse suporte", acrescentando que o P3 "foi pensado para online e não para outro suporte".

Ricaro Araújo Pereira teve que sair antes do final da sessão não sem antes dizer que é "um velhinho, que não entende nada de redes sociais". "Não tenho página no Facebook e até entendo a ideia brilhante com que começou, mas banalizou-se de tal forma que até o Presidente da República tem uma."

Confrontado com o facto de os vídeos do Gato Fedorento terem sido pirateados, o humorista disse que "sem isso não sairiam da SIC Radical".

O encontro tinha por objetivo debater as industrias criativas e surgiu no âmbito do "Merging", organizado pela Escola das Artes da instituição, que incuba ela própria empresas do sector, como a Blackink e a Klarwelt, co-organizadores do evento.

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