Startups, investidores, incubadoras e aceleradoras portuguesas uniram-se para pedir ajuda ao Governo. Perto de 200 entidades do ecossistema empreendedor nacional, ao abrigo do movimento Tech4Covid19 propõem nove medidas urgentes para que uma das áreas que mais cresceu na economia portuguesa nos últimos anos consiga sobreviver aos efeitos do novo coronavírus, segundo um apelo divulgado esta terça-feira.
O financiamento de salários de pessoal altamente qualificado e a isenção de pagamentos à Segurança Social foram duas das principais propostas apresentadas ao Ministério da Economia nos últimos dias. (ver documento entregue) As sugestões foram deixadas poucos dias depois de ser saber que a Covid-19 já está a penalizar 73% das startups nacionais.
"Muito do que foi construído ao longo dos últimos 10 anos (startups, incubadoras, aceleradoras, fundos de investimento, empregos, etc.), está atualmente em risco, pelo que, à semelhança do que temos visto em outros países europeus, como França e Alemanha, onde os governos locais estão a injetar milhares de milhões de euros nos respetivos ecossistemas de inovação, é fundamental que o governo português possa atuar rapidamente para ajudar as startups, incubadoras e investidores nacionais a mitigar os efeitos da pandemia”, explica Felipe Ávila da Costa, porta-voz do movimento e CEO da Infraspeak, citado em nota de imprensa.
O ecossistema empreendedor português representou, em 2018, 1,1% do Produto Interno Bruno (PIB) nacional, com as startups a chegarem aos 2,2 mil milhões em vendas e serviços no ano anterior.
Para não prejudicar este ritmo de crescimento, propõe-se o aumento da tesouraria e o fundo de maneio das startups para que possam sobreviver até que haja uma retoma na disponibilidade de investimento; o desenvolvimento de medidas que permitam às startups e ao ecossistema nacional manterem os postos de trabalho para reterem o talento e o conhecimento - que são os principais ativos deste tipo de empresas -; e rever e criar medidas de apoio ao investimento de forma a incentivar business angels e venture capital a continuarem a investir, garantindo assim a sobrevivência das startups e a manutenção dos empregos.
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Nota ainda para a proposta de revisão do critério de idade da startup, alargando até aos 7 anos; e ainda a eliminação a obrigação de 20% do capital a injetar por novos investidores em rondas que contam com a participação do fundo de coinvestimento 200M,
O Dinheiro Vivo contactou o Ministério da Economia para saber se está disponível para avançar com alguma das medidas propostas mas não obteve qualquer resposta.
Há duas semanas, o Governo francês lançou um pacote de incentivos de quatro mil milhões de euros exclusivamente para startups. Entre as principais medidas, destaque para um mecanismo de financiamento de curto prazo (160 milhões de euros), o pagamento de alguns créditos fiscais (1,5 mil milhões de euros), o pagamento de investimentos já previstos no setor (150 milhões de euros).