Numa altura em que a Euribor está a subir, os certificados de aforro podem ser a melhor opção entre os produtos de capital garantido. Isto porque estes produtos estão sujeitos a uma taxa de juro variável indexada à Euribor.
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Os certificados de aforro são títulos de dívida pública. Ou seja, é uma forma de o Estado se financiar. Ao subscrever estes títulos, está a emprestar dinheiro ao Estado, recebendo juros.
Porque é que é um produto apelativo?
Os juros dos certificados de aforro são mensais, sendo o seu pagamento trimestral. A taxa de juro é calculada com base na Euribor a 3 meses + 1%. Ou seja, quando a Euribor sobe, também os juros a receber nestes produtos aumentam. E vice-versa. E há ainda um prémio de permanência a partir do segundo ano que acresce à taxa base (0,5%) e outro a partir do quinto ano (1%).
Estes certificados permitem beneficiar do poder multiplicador da capitalização de juros: no final de cada trimestre, os juros a que tiver direito são automaticamente somados à sua poupança, para que ela renda mais no trimestre seguinte.
O prazo destes produtos é de 10 anos. Mas pode levantar o dinheiro antecipadamente, após três meses, sem qualquer penalização. Se não levantar a sua poupança antes, irá recebê-la, com os juros que tiver ganho, 10 anos depois.
Este mês, apesar de a fórmula de cálculo apontar para uma taxa de juro de 3,67% (média dos valores da Euribor a 3 meses observados nos 10 dias úteis anteriores ao antepenúltimo dia do mês, mais um prémio de 1%), a remuneração de juros será de 3,5%, porque esse é o teto máximo estabelecido.
Nos certificados de aforro, cada unidade tem o valor de um euro, sendo que o investimento mínimo é de 100 euros e o máximo é de 250 mil euros.
Os certificados de aforro são, assim, os produtos de capital garantido mais apelativos, neste momento.
Como subscrever certificados de aforro?
Para subscrever certificados de aforro, o primeiro passo é abrir uma conta aforro no IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, à qual ficarão associados os certificados. Para isso, basta dirigir-se a uma loja CTT, levando consigo os seguintes documentos:
· Impresso de abertura de conta modelo 701 preenchido;
· Bilhete de identidade ou cartão do cidadão ou passaporte ou autorização de residência no caso de estrangeiros com estatuto de residente em Portugal;
· Cartão de contribuinte ou cartão de cidadão;
· Comprovativo do IBAN;
· Comprovativo de morada;
· Comprovativo de profissão e entidade patronal.
À conta aforro é atribuído um número, que será depois a referência a indicar em todos os movimentos. Associada a esta estará a sua conta bancária, para onde serão feitos os resgates antecipados ou o pagamento final quando terminar o prazo dos certificados.
A partir do momento em que tem uma conta aforro, pode subscrever certificados pessoalmente, numa loja CTT ou num Espaço Cidadão, ou através da internet. Se decidir fazê-lo em loja, terá de indicar o número da conta aforro onde serão registados os certificados.
Se preferir subscrever online, pode fazê-lo através do sistema AforroNet, bastando para isso que adira ao serviço, com o registo do número da conta e utilizador. No site conseguirá realizar pedidos de subscrição, alterações de morada e consultas à sua carteira de certificados.
Não tem custos
Outra das vantagens dos certificados de aforro é que não há qualquer custo de subscrição, manutenção ou levantamento.
Se optar por subscrever certificados de aforro, ficará apenas sujeito a IRS sobre os juros e prémios de permanência, mas estes são pagos já descontados do imposto. Ou seja, antes de os juros serem somados à poupança, trimestralmente, o valor do imposto (28%) é retirado e entregue às Finanças. Assim, não tem de declarar no IRS o que ganha com os certificados.