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Projetando a evolução da situação pandémica para os próximos meses, Baltazar Nuness, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, refere - na reunião da tarde desta quinta-feira no Infarmed entre peritos na pandemia e decisores políticos - que foram analisados três possíveis cenários, a partir de dois momentos-chave: o regresso às escolas e ao trabalho e época do Natal.

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Num cenário sem redução da efetivadade vacinal, Portugal vai manter-se abaixo das linhas vermelhas. Nos cenários 2 e 3, contemplando redução da efetividade vacinal a um ou três anos (respetivamente), o eventual aumento de transmissibilidade provocado por esses dois momentos-chave pode fazer o país ultrapassar as linhas vermelhas no início do próximo ano: janeiro de 2022.
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"O momento de maior transmissibilidade associado às festividades de Natal e Ano Novo podem coincidir com um período de menor proteção da população, especialmente aquela população que foi vacinada no início de 2021, que tem doença crónica e acima dos 80 anos", considerou.
O epidemiologista aponta vários indicadores a monitorizar no outono-inverno, como Incidência, hospitalizações e mortalidade dos grupos etários mais frágeis; seroprevalência de anticorpos contra influenza e SARS-CoV-2; efetividade das vacinas covid-19 e gripe;Temperaturas ambientais; e frequência de outros vírus respiratórios.
Vacinação reduz transmissibilidade
"Nota-se uma relação direta entre a taxa de vacinação e a redução do índice de transmissibilidade", refere Baltazar Nunes, adiantanto que os países com vacinação mais adiantada têm R(t) mais baixo. O R(t) é o índice de transmissibilidade.

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Em relação a Portugal, Baltazar Nunes revela que temos nesta altura "uma redução do número de R(t) muito acentuada".
"Nunca tivemos com valores tão baixos de R(t) sem medidas de restrição muito acentuadas", acrescenta. O valor varia entre 0,80 e 0,84 em todas as regiões de Portugal Continental.